Ação cai porque mercado queria alguém que 'peitasse' o governo na Petrobras
Após a notícia de que o atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, assumirá a Petrobras, as ações da empresa (PETR3, PETR4) passaram a ter forte queda. Segundo um analista, o mercado queria alguém mais independente no comando da estatal, que "peitasse o governo".
"O Bendine é uma pessoa muito identificada com a primeira gestão do governo Dilma. O BB foi absolutamente comandado pelo governo na primeira gestão, e a Petrobras precisaria de alguém mais independente, que peitasse o governo em determinadas situações e não fizesse loteamento de cargos", disse à agência de notícias Reuters o sócio da Órama Investimentos Álvaro Bandeira, no Rio de Janeiro.
Para Bandeira, nomes que vinham circulando na mídia para a Petrobras, como o de Murilo Ferreira, presidente da Vale, e o de José Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem, seriam opções melhores. "Pesa por não ser alguém do setor, mas pesa mais por ser identificado com a primeira gestão de Dilma", afirmou.
Bendine já foi investigado pela Receita Federal por evolução suspeita de patrimônio e acusado de favorecer a socialite Val Marchori em concessão de empréstimo. Ele nega irregularidades.
A escolha surpreendeu dirigentes do PT, que esperavam a nomeação de Luciano Coutinho, atual presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para o lugar de Graça Foster no comando da estatal. Escolhido, Bendine é considerado um fiel escudeiro do governo petista.
O novo comando da empresa terá entre seus desafios iniciais a regularização da publicação do balanço da estatal. Isso em meio à apuração de um escândalo de corrupção que exigirá que a companhia realize baixas contábeis bilionárias de ativos sobrevalorizados.
(Com Reuters)
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