Em 'atoleiro', Brasil enfrenta pior crise em 20 anos, diz 'Economist'
A revista britânica "The Economist" dedicou a principal reportagem de sua edição para a América Latina nesta semana para uma análise sobre a economia brasileira e o panorama político do país.
Na capa, a passista de uma escola de samba, com penas e enfeites, se afunda em um atoleiro, coberta por gosma verde e parecendo desapontada.
Para a revista, a economia está no seu pior momento desde o início da década de 1990. Agora, os cidadãos estão percebendo que as promessas eleitorais venderam um falso cenário.
"A economia brasileira está uma bagunça, com muito mais problemas do que o governo jamais vai admitir", afirmou, acrescentando que mesmo os investidores têm dificuldade em perceber o tamanho da encrenca.
Segundo a 'Economist', a estagnação registrada em 2013 está rapidamente se tornando uma recessão prolongada, enquanto a inflação corrói o poder de compra dos salários dos brasileiros.
Também em primeiro plano, a revista cita a investigação de corrupção na Petrobras, que envolve dezenas de empresas de outros setores e está paralisando gastos e investimentos.
Para completar, a desvalorização do real em relação ao dólar, apesar de ser bem-vinda, agrava a situação de empresas que têm dívidas em moeda estrangeira.
Joaquim Levy, 'indispensável'
Após afirmar que a maioria dos problemas do Brasil são internos, a revista faz uma concessão à política de Dilma Rousseff por ter reconhecido que o país precisava ser mais amigável ao mercado para manter seu grau de investimento.
Apesar de simpatizar com o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a 'Economist' afirma que um dos 'raros liberais' do país está de mãos atadas pela situação criada no mandato anterior do governo.
Com juros e inflação em alta, diz a revista, a retomada do crescimento será lenta. Além disso, Dilma tem um panorama difícil, perdendo apoio político no Congresso e dentro do próprio partido.
A esperança no futuro estaria em Joaquim Levy, tornado 'indispensável' para a 'Economist'. Ele deve construir pontes com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e manejar as negociações sobre os gastos públicos.
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