'Economist' diz que orçamento é 'desastroso' e que Brasil está 'no buraco'
A revista britânica "The Economist", uma das principais publicações de economia no mundo, classificou a proposta de orçamento para 2016, apresentada pelo governo brasileiro ao Congresso, como "desastrosa" e "calamitosa". A revista também diz que o Brasil está em um "buraco econômico e afundando ainda mais".
A crítica leva em consideração a previsão do governo de que não conseguirá economizar nada no ano que vem para pagar os juros da dívida pública, e ainda assim vão faltar R$ 30,5 bilhões --deficit inédito desde que a atual metodologia orçamentária foi adotada, em 1995.
Segundo a "Economist", contribuíram para a queda do crescimento do país a queda no preço das commodities (matérias-primas), escândalos de corrupção e a má gestão pública. A revista estima que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve cair 2,3% neste ano --a previsão do governo é menos pessimista: baixa de 1,8%.
A revista cita, ainda, o aumento do desemprego, a queda da renda e do consumo, o avanço da inflação e a desvalorização do real frente ao dólar.
Em 2009, a "Economist" havia dito que o Brasil era "a maior história de sucesso na América Latina" e transformou o Cristo Redentor em um foguete na capa da revista com a manchete "Brasil decola".
Quatro anos depois, em 2013, a revista fez uma nova versão da capa, dessa vez com o Cristo Redentor caindo e o título "Será que o Brasil estragou tudo?". A edição trazia duras críticas ao país e à presidente Dilma, então no início de seu primeiro mandato.
Duras críticas ao Congresso
Para a revista britânica, a presidente Dilma Rousseff não é a única culpada pela situação do orçamento público. A falta de apoio político por parte do Congresso é citada como um dos entraves para algumas medidas que poderiam aumentar a arrecadação do governo.
A "Economist" afirma que, diante das contas públicas saindo do controle, os "congressistas enfiaram a cabeça na areia" e que "muitos, tanto na oposição quanto entre os supostos aliados, estão gastando seu tempo tentando o impeachment em vez de buscar uma forma de corrigir o orçamento".
A revista diz, ainda, que o Congresso "está cheio de pessoas de olho no curto prazo", que estão "mais preocupadas em forrarem seus bolsos do que em assegurar o futuro do Brasil".
A solução, segundo a publicação, seria mesmo um corte drástico nos gastos públicos e um aumento de impostos.
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