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Agência de risco Standard & Poor's rebaixa nota do Brasil de novo

Stan Honda/AFP
Imagem: Stan Honda/AFP

Do UOL, em São Paulo

17/02/2016 16h38Atualizada em 17/02/2016 18h00

A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da dívida brasileira nesta quarta-feira (17), de "BB+" para "BB", alertando que os desafios políticos e econômicos do país ainda são "consideráveis". A agência manteve a nota com perspectiva negativa, o que significa que pode haver novo corte no futuro próximo.

A S&P já tinha tirado o "selo de bom pagador" do país em setembro, sendo seguida pela agência Fitch, em dezembro. A perda do chamado "grau de investimento" mostra que o país deixou de ser considerado um bom pagador, um lugar recomendável para os investidores aplicarem seu dinheiro.

O anúncio da S&P nesta quarta-feira pegou o mercado de surpresa. Investidores estavam à espera de um rebaixamento da nota por outra agência, a Moody's.

Das três grandes agências, a Moody's é a única a manter o Brasil com o grau de investimento, mas as expectativas são de corte iminente. Ela colocou a nota em revisão para rebaixamento em dezembro e seus representantes estiveram no país no começo deste mês para verificar as perspectivas para a economia brasileira

Nível igual a Bolívia, Paraguai e Guatemala

Com o novo corte, a S&P coloca o Brasil dois degraus abaixo do grau de investimento, ao lado de países como Bolívia, Paraguai e Guatemala.

Em nota, a S&P afirmou que o rebaixamento reflete a visão de que o perfil do país enfraqueceu mais desde setembro. 

"Os desafios econômicos e políticos que o Brasil enfrenta permanecem consideráveis. Nós agora esperamos um processo de ajuste mais prolongado, com uma correção mais lenta na política fiscal, assim como outro ano de contração econômica acentuada."

Avaliação indica risco de calote 

Um governo consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores. 

Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.

O chamado grau de investimento indica aos investidores que uma economia tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país terão risco próximo a zero.

 

Como as agências calculam a nota?

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.

Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.

Agências falharam na crise de 2008/2009

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.

Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

(Com Bloomberg e Reuters)

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