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Salário dos domésticos teve aumento real de 4,6% em 2015, diz pesquisa

Fernanda Cruz

Da Agência Brasil

25/04/2016 14h54

O rendimento médio dos empregados domésticos cresceu 4,6% em 2015, na comparação com 2014, segundo estudo da Fundação Seade. O número já desconta a inflação do período. 

Também aumentou a proporção de domésticos com carteira assinada. 

A redução da oferta de mão de obra nos últimos anos afetou o resultado do rendimento, por pressionar os salários, segundo o economista Alexandre Loloian, coordenador da equipe de análise da pesquisa. 

"As jovens deixam de ter o trabalho doméstico como porta de entrada no mercado de trabalho. Elas passaram a ter escolaridade mais alta, com ensino médio e superior, e não veem no emprego doméstico uma alternativa de ocupação valorizada socialmente", afirmou. 

O economista diz que, apesar da crise econômica do ano passado, a categoria de empregados domésticos foi o único segmento a receber aumento de renda real.

"Todos os outros setores (serviços, indústria, comércio) perderam em termos de poder real. Por exemplo, o rendimento médio por hora dos empregados domésticos, que inclui mensalistas e diaristas, está em R$ 8. Mais que o comércio, que tem rendimento médio de R$ 7,56".

Carteira assinada

Os domésticos mensalistas com carteira assinada passaram de 40,9% em 2014 para 42,8% em 2015.

"O processo de formalização foi uma coisa geral no Brasil, especialmente na região metropolitana de São Paulo. Tivemos uma queda muito forte do assalariado sem carteira, dos autônomos. O crescimento da economia fez com que muito mais gente tivesse acesso ao emprego formal", disse Loloian.

No caso dos domésticos, sobretudo diaristas, 86,7% dos que não têm carteira assinada não contribuem para a Previdência Social.

"Isso é um dado muito preocupante, que eu acho, sinceramente, é por falta de informação", disse. "Como microempreendedor individual, as empregadas domésticas podem ter acesso aos direitos previdenciários como auxílio-doença, auxílio-maternidade e aposentadoria. Não envolve burocracia e elas pagam em torno de R$ 56, que é razoável", disse.