Senado sabatina hoje Ilan Goldfajn, indicado para a presidência do BC
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) sabatina nesta terça-feira (7) Ilan Goldfajn, indicado pelo presidente interino, Michel Temer, para ocupar a presidência do Banco Central.
A indicação de Goldfajn precisa ainda ser aprovada pelo Senado.
Aposta é de queda nos juros
Os primeiros meses do ex-economista-chefe do Itaú à frente do BC devem ser marcados por cortes da Selic, a taxa básica de juros, segundo as expectativas de economistas consultados pela Reuters.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central começa nesta terça-feira uma reunião de dois dias para decidir os juros, na primeira decisão sobre o tema dentro do governo do presidente interino, Michel Temer. A taxa está em 14,25% ao ano desde julho do ano passado. Segundo economistas, a tendência é que a taxa seja mantida desta vez.
"Não esperamos nenhuma modificação significativa no comunicado por causa da troca no banco", disseram os economistas do Bank of America Merrill Lynch, em relatório com as projeções de juro, David Beker e Ana Madeira.
Para o fim de 2016, no entanto, as projeções apontam para queda. Segundo o último Boletim Focus, economistas consultados pelo Banco Central apontam uma taxa de 12,88% ao ano para o fim de 2016.
As avaliações mais recentes de Goldfajn como economista-chefe do Itaú também apontam para essa direção.
Goldfajn vinha destacando que a recessão e a queda do dólar desde o início do ano contribuem para a gradual redução das expectativas de inflação neste ano. A queda da inflação abriria espaço para o corte de juros no "segundo semestre, a partir de julho".
Em recente relatório do Itaú, Goldfajn melhorou suas projeções para a economia do país em 2017 de crescimento de 0,3% para 1%.
Goldfajn já foi diretor do BC
Goldfajn foi professor de Economia na Universidade Brandels nos Estados Unidos da América e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, diretor de institutos de debates e pesquisas em políticas econômicas e consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Nações Unidas, além de economista-chefe e sócio do Banco Itaú.
Na declaração que enviou à CAE, Ilan Goldfajn disse que além de experiência profissional tem "afinidade intelectual e moral" para exercer o cargo de presidente do BC.
O economista também lembrou que já teve seu nome aprovado pelo Senado quando foi diretor de Política Econômica do BC, entre 2000 e 2003. "Entendo que essa experiência relatada capacita-me para o desempenho do cargo de presidente do Banco Central do Brasil", observou.
(Com agências)
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