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Inflação acelera para 0,26% em outubro, mas é a menor para o mês desde 2000

Do UOL, em São Paulo

09/11/2016 09h02Atualizada em 09/11/2016 11h05

A inflação oficial no Brasil fechou o mês de outubro em 0,26%, o representa uma aceleração em relação a setembro, quando a alta dos preços havia sido de 0,08%. Ainda assim, é a menor inflação para o mês de outubro desde 2000 (0,14%). Em outubro do ano passado, a inflação havia sido de 0,82%.

Os dados são do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e foram divulgados nesta quarta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

A alta dos preços acumulada no ano é de 5,78%. Em 12 meses, é de 7,87%. 

O resultado ainda está muito acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%.
 

Passagem aérea e gás de cozinha sobem

O grupo dos transportes foi o que mais subiu no mês passado (+0,75%), puxado por alta de 10,06% no preço das passagens aéreas.

Os preços de roupas (+0,45%) e de itens de saúde e cuidados pessoais (+0,43%) também subiram, assim como o do grupo habitação (+0,42%).

Nesse grupo, destacam-se os aumentos no preço do botijão de gás de cozinha (+1,19%) e das taxas de água e esgoto (+0,74%).

Leite e feijão mais baratos

Alimentos e bebidas, que têm grande peso no IPCA, ficaram 0,05% mais baratos em outubro.

O preço do leite longa vida caiu 10,68% no mês, mas ainda acumula alta de 25,66% no ano.

Cerca de 9% mais barato em outubro, o feijão carioca já subiu 105,85% em 2016. Outros produtos que ficaram mais baratos no mês foram a cebola (-6,48%), ovos (-4,77%) e hortaliças (-4,45%).

Por outro lado, as carnes (+2,64%) e os peixes (+2,1%) ficaram mais caros.

Inflação e juros

A inflação alta tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos. A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.

Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.

Porém, a taxa de juros já está alta e aumentá-la ainda mais poderia comprometer a retomada do crescimento da economia. O Banco Central tem dito que buscará deixar a inflação dentro da margem de tolerância deste ano. Atualmente os juros estão em 14% ao ano.

Perspectivas

A projeção para a inflação no final de 2016 está em 6,88%, segundo o último Boletim Focus, com as expectativas de economistas consultados pelo Banco Central. 

Para os próximos 12 meses, a projeção de inflação é de 4,95%. Para 2017, os analistas reduziram a previsão de 5% para 4,94%.

(Com Reuters)

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TV Folha