'Prévia' indica 2º ano de recessão, com tombo de 4,55% do PIB em 2016
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" do PIB (Produto Interno Bruto), caiu 4,55% em 2016, informou o Banco Central nesta quinta-feira (16).
A comparação é feita descontando diferenças sazonais entre os períodos.
Sem descontar as diferenças sazonais, houve queda de 4,34% do PIB em 2016.
No mês de dezembro, o IBC-Br caiu 0,26% em relação a novembro, em dados que consideram as diferenças sazonais, e 0,56% sem essas diferenças.
Pior recessão da história
Se a prévia se confirmar, 2016 terá sido o segundo ano seguido de encolhimento do PIB. Em 2015, a economia caiu 3,8%, segundo dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2014, houve leve alta de 0,1%.
O IBGE divulgará os dados do PIB de 2016 em 7 de março.
A prévia do BC é ainda pior que o resultado previsto pelo mercado. Na pesquisa Focus mais recente, economistas projetaram queda de 3,5% do PIB no ano passado.
Tanto os dados do BC quanto a previsão dos analistas reforçam a leitura de que o país atravessa a pior recessão da sua história, desde que os registros oficiais começaram, em 1901.
Para 2017, a projeção do mercado é de crescimento de 0,48% do PIB, bem abaixo da estimativa do governo, de 1%.
Comércio, indústria e serviços tombam
O resultado do IBC-Br reflete os tombos dos três setores da economia.
Em 2016, o comércio encolheu 6,2%, pior desempenho em 15 anos, com o consumo fraco impactando de forma generalizada as vendas, com destaque para supermercados.
O setor de serviços foi na mesma linha, com queda de 5%, a pior em cinco anos, em meio às fortes perdas na atividade de transportes.
Por sua vez, indústria brasileira teve uma redução de 6,6% na produção, terceiro ano seguido de perdas.
IBC-Br
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE.
O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
(Com Reuters)
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