BC deve manter ritmo e cortar juros em 0,75 ponto hoje, segundo analistas
O Banco Central deve manter o ritmo e reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual nesta quarta-feira (22), de acordo com economistas consultados na pesquisa Focus do BC, que passaram a ver a inflação e o dólar ainda mais baixos este ano.
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC deve ser divulgado no começo da noite, depois de uma reunião de dois dias. A taxa atual é de 13%.
A redução dos juros começou no fim do ano passado, com dois cortes de 0,25 ponto. Na última reunião, em janeiro, fez o maior corte em quase cinco anos: de 0,75 ponto percentual.
Numa pesquisa da agência de notícias Reuters, 53 de 54 analistas disseram esperar um corte de 0,75 ponto, para 12,25% ao ano.
Segundo o economista Gesner Oliveira, da GO Associados e colunista do UOL, o mais provável é que o corte seja de 0,75 ponto, mas o BC poderia até surpreender o mercado e anunciar uma baixa de 1 ponto, para 12% ao ano. Do ponto de vista técnico, segundo ele, haveria condições para isso.
Juros X Inflação
Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
A meta é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.
Juros para o consumidor são mais altos
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial em dezembro atingiu 328,6% ano ano, e os juros do rotativo do cartão de crédito ficaram em 484,6% ao ano.
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