Estourou o cheque ou não pagou o cartão? Juros chegam a 490,3% ao ano

Os juros do rotativo do cartão de crédito subiram no mês passado e chegaram a 490,3% ao ano, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Banco Central.
O resultado mostra avanço de 2,5 pontos na comparação com fevereiro (487,8%) e de 32,4 pontos em relação a março de 2016 (457,9%).
Os juros do rotativo são aqueles cobrados quando você não paga a fatura integral do cartão. São diferentes dos juros das compras parceladas, nas quais você define o número de prestações na hora da aquisição. Esses juros do parcelado são mais baixos, mas ainda assim altos. No mês passado, caíram 5 pontos percentuais, passando de 163,5% para 158,5% ao ano.
A taxa de juros do cheque especial também subiu em março, para 328% ao ano.
A alta foi de 1 ponto percentual em relação a fevereiro (de 327%) e de 27,2 pontos na comparação com março de 2016 (300,8%).
Os dados são referentes apenas aos juros cobrados das famílias. Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).
Cortes na taxa básica de juros
Neste mês, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) decidiu cortar novamente a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, a 11,25% ao ano. Os juros estavam em 12,25%. Foi a quinta redução seguida da taxa.
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
Desde o final de 2016 o governo vem pressionando para que os bancos reduzam os juros. Além dos sucessivos cortes na Selic, uma das medidas adotadas foi limitar o uso do rotativo do cartão a 30 dias. Com isso, os juros só poderão ser cobrados até o vencimento da fatura seguinte, e não jogados para frente como era feito.
A ideia é que os consumidores migrem automaticamente para outra modalidade, a de cartão de crédito parcelado.
Outras taxas
Confira a variação das modalidades de crédito monitoradas pelo BC:
- Rotativo do cartão de crédito: de 487,8% ao ano em fevereiro para 490,3% ao ano em março;
- Cartão de crédito parcelado: de 163,5% ao ano em fevereiro para 158,5% ao ano em março;
- Cheque especial: de 327% ao ano em fevereiro para 328% ao ano em março;
- Crédito pessoal não-consignado: de 141,9% ao ano em fevereiro para 135% ao ano em março;
- Crédito pessoal consignado: de 29,5% em fevereiro para 29,3% ao ano em março;
- Compra de veículos: de 25,7% ao ano em fevereiro para 24,8% ao ano em março;
- Financiamento imobiliário: de 9,1% ao ano em fevereiro para 9,8% ao ano em março.
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