Quer trabalhar pela internet e viajar ao mesmo tempo? Vá para a Tailândia
Fazer de qualquer lugar do mundo um escritório. Essa é a ideia do nomadismo digital, estilo de vida que combina trabalho e viagem por meio da tecnologia. A premissa fez com que os designers brasileiros Thiago Benício Xavier, 25, e Lorraine Lillian Bernardes, 24, deixassem Divinópolis (MG), para virarem nômades digitais na cidade de Chiang Mai, na Tailândia.
Quando se demitiu dos empregos em uma agência de publicidade, o casal começou a procurar por um lugar que fosse barato, seguro e, claro, com boa conexão à internet. “Pesquisamos muito, e Chiang Mai tinha tudo de que precisávamos”, diz Xavier.
Eleita pela revista americana “Travel + Leisure” a melhor cidade da Ásia e a segunda melhor do mundo, Chiang Mai oferece boa infraestrutura, baixo custo de vida, segurança, clima ameno na maior parte do ano e belas paisagens.
Essa combinação atrai os adeptos do nomadismo digital, que passam temporadas trabalhando remotamente para clientes espalhados pelo mundo todo. Só é preciso um computador com conexão à internet.
Não há uma estimativa oficial da média salarial obtida pelos freelancers na cidade. Existem muitas variáveis: o tipo de trabalho, o quanto a pessoa se dedica, a moeda em que ela recebe etc.
Quando não estão conectados, eles viram turistas e aproveitam para conhecer a cultura local e as principais atrações da cidade. Entre os nômades digitais, estão designers, programadores, fotógrafos, desenvolvedores e empreendedores, entre outros.
Cidade tornou-se a capital dos freelancers
A cidade ao norte do país asiático se tornou uma espécie de capital dos freelancers nos últimos anos. Não há um número oficial, mas a estimativa é de que cerca de 3.000 freelancers das mais variadas nacionalidades e áreas de atuação vivam na cidade. No Facebook, o grupo Chiang Mai Digital Nomads reúne quase 20 mil pessoas.
A concentração faz do lugar um ponto efervescente para negócios e contatos. Logo que chegou, Xavier conheceu outros profissionais que o convidaram a participar de projetos de grandes empresas, como Amazon. “Ficamos surpresos com a receptividade, é uma comunidade muito unida”, diz.
Com tantos freelancers, a oferta de coworkings (escritórios compartilhados) aumentou vertiginosamente na cidade. O casal de designers brasileiros definiu uma rotina de trabalho e vai todos os dias a um espaço dentro de um shopping em Niiman, o bairro mais descolado e o predileto dos nômades digitais. A área dispõe também de cafés, restaurantes, bares, galerias de arte, livrarias, spas para massagem e hotéis.
Surgiram também eventos voltados exclusivamente a esse público, como workshops e conferências. Um dos maiores é o Nomad Summit, em que empreendedores de diversas áreas palestram sobre modelos de negócio e produtividade para outros freelancers. Há ainda a plataforma Chiang Mai Buddy, especializada em ajudar os recém-chegados ao local.
O alemão Jonas G. (ele não quis revelar o nome completo), 26, trabalha com marketing digital e já passou temporadas em países como Nepal, Myanmar, Laos e México. Descobriu Chiang Mai há dois anos e, entre uma viagem e outra, sempre volta à cidade.
Para ele, as facilidades e a boa recepção aos estrangeiros fazem do lugar o destino ideal para um nômade digital. "Há uma comunidade muito unida de pessoas que saíram dos seus países para trabalhar aqui", observa. "É uma cena enorme."
Afirma ganhar de US$ 3.500 a US$ 4.000 por mês. ""Depende do mês e do quanto eu trabalho."
Baixo custo de vida é o que mais atrai
O custo de vida é o que mais atrai os nômades digitais à cidade, principalmente aqueles que estão começando a trabalhar remotamente. Com o equivalente ao que se gastaria em poucas semanas em alguma cidade europeia, é possível viver meses em Chiang Mai.
Sem burocracias, aqui é possível alugar quartos mobiliados por temporada por valores que partem de R$ 350,00 por mês nos arredores da universidade local. Apartamentos em condomínios fechados com piscina e academia podem ser encontrados por cerca de R$ 850,00 mensais. “Quando mostramos as fotos da nossa casa, o pessoal não acredita”, diz Xavier.
A cidade é também um excelente lugar para quem gosta de comer bem e barato. Dá para almoçar gastando menos de R$ 10,00 nas barracas de rua e, em restaurantes, os pratos dificilmente custarão mais do que R$ 20,00.
O casal brasileiro calcula que, para viver em Chiang Mai, são necessários cerca de R$ 1.500 mensais por pessoa, considerando aluguel, alimentação e transporte. Eles não informaram quanto ganham.
Não há linhas de ônibus, metrô ou trem metropolitano. O transporte fica a cargo de caminhonetes que cobram tarifas a partir de R$ 2,00 ou táxis (também há aplicativos como o Uber, ainda não legalizados). Mas as ruas são dominadas pelas scooters, motos de baixas cilindradas usadas pela maioria da população local. Os estrangeiros encontram lojas para alugá-las por cerca de R$ 20,00 por dia.
Longe da grande e caótica Bangcoc, Chiang Mai é uma cidade de médio porte margeada por montanhas, adornada por mais de dez templos budistas e com boas opções de lazer e compras. Quando se desconecta, o nômade digital encontra nos arredores cachoeiras, vilarejos, cânions e santuários para elefantes.
“A experiência de estar aqui é incrível. Temos que ir ao Brasil, mas já estamos pensando em voltar”, diz Xavier.
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