JBS comprou dólares na véspera e acabou lucrando com escândalo, diz jornal
A JBS comprou grandes quantidades de dólares na quarta-feira (17), segundo nota publicada pelo jornal "O Globo" na manhã desta quinta-feira (18). A compra, portanto, foi feita antes de ser noticiado que a delação da JBS envolve diretamente o presidente Michel Temer e antes da disparada da moeda. Com isso, a empresa teria lucrado com o escândalo.
O UOL entrou em contato com a empresa, que informou que não irá se manifestar.
Na quarta-feira, o dólar comercial fechou em alta de 1,23%, a R$ 3,134 na venda. Nesta quinta-feira, o dólar disparou após a divulgação do escândalo, chegando a passar de R$ 3,40 na venda.
A Bolsa também vive dia de pânico: chegou a cair mais de 10% e ter os negócios interrompidos pelo mecanismo de circuit breaker.
O Banco Central afirmou que "não comenta casos específicos que podem envolver regulados". O comentário foi enviado a jornalistas, após questionamentos à instituição.
O BC ressaltou ainda que, "no âmbito de suas competências legais, o Banco Central apura informações recebidas de várias fontes, com vistas a eventual abertura de processo punitivo".
Delação
Na noite de ontem, o jornal "O Globo" divulgou que Joesley Batista, um dos sócios da JBS, gravou uma conversa em que Michel Temer autoriza pagamentos para silenciar o ex-deputado Eduardo Cunha, preso desde outubro. Temer admite o encontro, mas nega a conversa.
O dono da JBS teria feito as afirmações sobre Temer à PGR (Procuradoria-Geral da República) como parte de uma delação que ainda não foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), de acordo com o jornal.
Aécio Neves, presidente do PSDB e senador por Minas Gerais, também foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, segundo a publicação. Aécio foi impedido de exercer funções de senador pelo Supremo, nesta quinta-feira.
(Com Estadão Conteúdo)
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