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Sessão sobre reforma trabalhista é suspensa após revolta da oposição

Do UOL, em São Paulo

23/05/2017 16h17

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), suspendeu a sessão desta terça-feira (23) que debatia a reforma trabalhista, após senadores de oposição se revoltarem contra a leitura do parecer sobre o projeto.

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) apresentou seu parecer sobre a reforma trabalhista à comissão, mas também estava programada a leitura do texto na sessão, o que não aconteceu.

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Durante a manhã e parte da tarde, os membros da comissão ouviram especialistas, em mais uma audiência pública. Em seguida, Jereissati colocou em votação um requerimento da oposição pedindo para adiar a leitura do relatório. O requerimento foi rejeitado.

Quando Jereissati daria a palavra ao senador Ferraço para começar a leitura do parecer, membros da oposição se levantaram e começaram a discutir com governistas, dizendo que o relatório não seria lido. Pessoas que estavam presentes para acompanhar a sessão começaram a gritar "Fora, Temer". A sessão, então, foi suspensa.

Por causa da confusão, o relatório foi dado como lido, segundo a secretaria da comissão.

Ferraço disse, após o bate-boca, que o calendário da reforma está mantido e que a votação na comissão será na terça-feira que vem.
"Absolutamente mantido o calendário", afirmou Ferraço. "Foi concedido regimentalmente vista coletiva e na próxima terça-feira, portanto, nós estaremos fazendo a deliberação e a votação desta proposta."

Questionado sobre afirmação do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de que, pelo regimento do Senado, o parecer precisa ser lido na comissão, Ferraço afirmou: "O senador Randolfe é maior e vacinado e pode fazer o que bem quiser".

O relator ainda classificou a atitude da oposição de "primitiva" e "de quem não tem argumento".

Próximos passos

Após a apresentação do parecer, ele deve ser votado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Na sequência, a reforma ainda deverá passar por mais duas comissões: a CAS (Comissão de Assuntos Sociais), onde o relator também é o senador Ferraço, e pela CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania), onde o relator é o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Se for aprovado nas três comissões, o texto segue para votação no plenário do Senado. Não há um prazo mínimo ou máximo determinado para isso acontecer. Quem determina quando o projeto entra na lista de votações é o presidente do Senado. O texto precisa de maioria simples para ser aprovado, ou seja, metade dos senadores presentes na sessão, mais um.

Se for aprovada pelo Senado, a reforma segue para sanção do presidente Michel Temer (PMDB). 

Crise política

A atual crise política no governo Temer gerou debates entre senadores na comissão nesta terça-feira.

Ferraço tinha anunciado, na semana passada, que a análise da reforma trabalhista estava suspensa, após a divulgação das gravações do empresário Joesley Batista, da JBS, com o presidente Michel Temer e outros políticos.

Na segunda-feira, porém, Ferraço voltou atrás, e anunciou a retomada dos trabalhos com a apresentação de seu parecer nesta terça.

Durante a sessão, senadores de oposição protestaram contra o seguimento da proposta, defendendo que a reforma não poderia ser discutida em meio à crise atravessada pelo país.

Ferraço voltou a defender sua decisão. "Ontem cheguei à conclusão que a crise institucional, que é brutal, que vive o nosso país, ela não pode impedir que a gente continue fazendo nosso trabalho aqui no Senado", afirmou na sessão.

O que muda nos direitos trabalhistas

Confira abaixo dez pontos das regras trabalhistas que podem ou não mudar com a reforma:

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