Fundador da Uber renuncia ao cargo de presidente da empresa
Uma semana depois de anunciar afastamento por tempo indeterminado do comando da Uber, o fundador da empresa, o americano Travis Kalanick, 40, renunciou ao cargo de presidente-executivo nesta terça-feira (20).
A Uber esteve recentemente no centro de vários escândalos, envolvendo desde acusações de sexismo por parte de membros da diretoria a denúncias de assédio sexual feitas por passageiros do serviço de transporte privado.
O próprio Kalanick vinha sendo criticado por declarações consideradas machistas e politicamente incorretas. Recentemente, ele disse que sente "vergonha" de seu comportamento e que precisa amadurecer.
Pedido de investidores
Antes da renúncia, cinco dos principais investidores da Uber pediram a saída imediata de Kalanick em uma carta, na qual dizem que a empresa precisava de uma mudança de liderança.
Kalanick, então, concordou em deixar o cargo.
"Eu amo a Uber mais do que tudo no mundo, mas, nesse momento difícil da minha vida pessoal, eu aceitei o pedido de um grupo de investidores para me retirar, de modo que a Uber possa voltar a construir em vez de se distrair com mais uma briga", disse.
O conselho da Uber também se pronunciou, dizendo que Kalanick "sempre colocou a Uber em primeiro lugar" e que a sua renúncia daria à empresa "espaço para que abrace por completo esse novo capítulo de sua história".
Machismo e assédio
Fundador da empresa em 2009, Kalanick viu sua situação no comando da Uber piorar depois que 20 pessoas foram demitidas, em 7 de junho, por recomendação de uma auditoria que investigou uma série de denúncias de assédio dentro da empresa.
O estopim foi o depoimento de uma ex-funcionária, Susan Fowler, que trabalhou como engenheira na Uber de novembro de 2015 a dezembro de 2016. Fowler diz ter sofrido assédio moral e sexual dos seus superiores, e afirma que todas as queixas feitas ao departamento de recursos humanos da empresa foram ignoradas.
A acusação foi apenas uma dentre várias outras, o que, junto com a auditoria, levou a críticas de que o sexismo faria parte da cultura da empresa.
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