Preços sobem, mas prévia da inflação em 12 meses é a menor em 18 anos
Puxado pelos gastos com combustíveis, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), ficou em 0,35% em agosto. O aumento nos preços ocorre após o IPCA-15 registrar deflação histórica em julho, de -0,18%, índice mensal mais baixo em quase 20 anos.
Com o resultado de agosto, a prévia acumulada em 12 meses é de 2,68%, abaixo do piso da meta oficial do governo, de 3%, e a menor para períodos de 12 meses em mais de 18 anos, desde março de 1999 (2,64%).
No ano, a prévia acumulada é de 1,79%.
Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (23).
A meta em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.
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Resultado parcial
Total de 25022 votosImposto sobre combustível pesou
O que mais puxou os preços para cima no início deste mês foram os gastos com combustíveis (+5,96%), após o governo aumentar a cobrança de impostos sobre eles. A gasolina ficou 6,43% mais cara, e o etanol, 5,36%. Na região metropolitana de Salvador (BA), o aumento chegou a 15,67% para a gasolina e a 8,24% para o etanol.
Assim, os combustíveis tiveram forte contribuição para o encarecimento dos gastos com transporte no país (+1,35%).
As passagens aéreas, por outro lado, ficaram 15% mais baratas.
Conta de luz com taxa extra
Outra despesa que pesou bastante no bolso foi a conta de luz, que subiu 4,27% devido à entrada em vigor da cobrança de uma taxa extra de de R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Também tiveram papel importante o aumento de 5,15%, vigente desde 4 de julho, em uma das concessionárias de São Paulo (SP), e de 6,87% em Belém (PA), em vigor desde 7 de agosto.
Feijão e batata caíram mais de 13%
Na ponta dos gastos que baratearam no início do mês, o destaque são os alimentos (-0,65%), que têm participação de 25% nas despesas das famílias. É o terceiro mês seguido que o grupo apresenta variação negativa na média geral de preços.
O preço da maioria dos produtos ficou mais baixo de julho para agosto, com destaque para o feijão-carioca (-13,89%), a batata-inglesa (-13,06%), o leite longa vida (-3,86%), as frutas (-2,43%) e as carnes (-1,37%).
Já a cebola (+14,28%) e o tomate (+14,03%) foram na direção oposta e ficaram mais caros.
Juros X Inflação
Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o órgão decidiu cortar a taxa de juros pela sétima vez seguida. Ela passou de 10,25% para 9,25% ao ano, menor nível desde novembro de 2013.
Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
Metodologia
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
(Com Reuters)
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