BC corta juros pela 7ª vez e taxa vai a 9,25%, menor nível em quase 4 anos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (26), cortar a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, de 10,25% para 9,25% ao ano. É o sétimo corte seguido da taxa de juros. Com isso, a Selic atinge o nível mais baixo desde agosto de 2013, quando estava em 9% ao ano. A decisão foi unânime.
A redução dos juros começou no fim do ano passado, com dois cortes de 0,25 ponto percentual, derrubando a taxa de 14,25% para 13,75% ao ano. Em 2017, o BC acelerou o ritmo de baixa, com dois cortes de 0,75 ponto percentual e mais três de 1 ponto, incluindo o desta quarta-feira.
A decisão veio dentro do esperado pelo mercado. Dos 36 economistas consultados pela agência de notícias Reuters, 33 apostavam em um corte de 1 ponto percentual, dois previam redução 0,75 ponto e apenas um cogitou uma queda de 1,25 ponto percentual na taxa de juros.
Próximo corte pode ser menor
Em sua decisão, o BC deixou em aberto a possibilidade de desacelerar o ritmo de cortes. "Para a próxima reunião, a manutenção deste ritmo dependerá da permanência das condições descritas no cenário básico do Copom e de estimativas da extensão do ciclo".
O BC afirmou, ainda, que " ritmo de flexibilização [cortes] continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação".
Em maio, na reunião anterior, o BC chegou a dizer que uma desaceleração do ritmo de corte seria adequada agora em julho em função do cenário com mais incertezas, após delações de executivos da JBS colocarem em xeque o governo do presidente Michel Temer.
O BC também diminuiu a projeção de inflação pelo cenário de mercado para em torno de 3,6% em 2017, ante 3,8% em sua última estimativa, feita em junho no relatório trimestral de inflação. Para 2018, a perspectiva de alta do IPCA caiu a 4,3%, contra 4,5% antes.
Juros X Inflação
Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
A meta em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, foi negativo em 0,23% em junho, a taxa mensal mais baixa em 19 anos, desde agosto de 1998 (-0,51%).
Os juros também interferem no crescimento econômico. Quando estão altos, a tendência é as empresas investirem menos na produção e as famílias consumirem menos, o que prejudica o crescimento.
Juros para o consumidor são mais altos
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial em maio era de 325,1% ao ano. Já os juros do rotativo do cartão de crédito eram de 363,3% ao ano.
(Com Reuters)
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