Conta de luz terá taxa extra maior em novembro, de R$ 5 a cada 100 kWh
A conta de luz dos brasileiros seguirá com cobrança de taxa extra em novembro, a chamada bandeira tarifária. Para o mês que vem será mantida a bandeira vermelha nível dois, que já estava em vigor em outubro, informou nesta sexta-feira (27) a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Até este mês, a taxa extra com a bandeira vermelha nível dois era de R$ 3,50 a cada 100 kWh (kilowatts-hora) em eletricidade consumidos. No entanto, a Aneel decidiu aumentar o custo extra para R$ 5 a cada 100 kWh consumidos. O novo valor já passa a valer a partir de 1º de novembro.
Segundo a Aneel, não houve evolução na situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas em relação ao mês anterior, o que justifica a manutenção da bandeira vermelha 2.
As bandeiras começaram a ser cobradas em janeiro de 2015 e servem para cobrir o custo mais alto de gerar energia por meio das usinas termelétricas, quando a falta de chuvas prejudica os reservatórios das hidrelétricas pelo país.
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Pouca chuva, conta mais cara
Quando há pouca chuva, o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas cai, o que diminui a produção de energia. Para compensar essa queda, o governo manda acionar usinas termelétricas, a carvão, que são mais caras. Foi o que aconteceu no país desde 2013.
Foi criado, então, o sistema de bandeiras tarifárias, uma cobrança extra na conta de luz para bancar esses custos maiores na produção de energia.
Em 2016, a situação melhorou: choveu mais e subiu o volume dos reservatórios das hidrelétricas. Além disso, o consumo das famílias e indústrias caiu, e novas usinas começaram a funcionar.
Este ano, porém, as chuvas diminuíram e governo voltou a acionar a bandeira tarifária vermelha na conta de luz dos brasileiros.
Por isso, a bandeira foi sendo alterada ao longo do tempo:
- Dezembro/16: vigorou a bandeira verde, sem cobrança adicional
- Março/17: passou a valer a bandeira amarela, com taxa de R$ 2 a cada 100 kWh
- Abril/17: entrou em vigor a bandeira vermelha 1, com taxa de R$ 3 a cada 100 kWh
- Junho/17: voltou a valer a bandeira verde, sem cobrança extra
- Julho/17: vigorou a bandeira amarela, com taxa de R$ 2 a cada 100 kWh
- Agosto/17: entrou a bandeira vermelha 1, com taxa de R$ 3 a cada 100 kWh
- Setembro/17: vigorou a bandeira amarela, com taxa de R$ 2 a cada 100 kWh
- Outubro/17: vigorou a bandeira vermelha 2, com taxa de R$ 3,50 a cada kWh
A Aneel pede que os consumidores façam o uso eficiente de energia elétrica e combatam os desperdícios.
Nova metodologia e valores
Em outubro, a Aneel decidiu promover mudanças na metodologia das bandeiras tarifárias. A principal alteração foi em relação aos valores, que passam a valer a partir de novembro.
A taxa extra da bandeira vermelha nível 2 subiu de R$ 3,50 para R$ 5 a cada 100 kWh consumidos e a bandeira amarela caiu de R$ 2 para R$ 1 a cada 100 kWh. A bandeira vermelha nível 1 --também chamada de bandeira rosa-- permeneceu com cobrança extra de R$ 3.
Além dos novos valores, a agência alterou as regras que ditam qual bandeira será adotada em cada mês. Até então, a definição era feita com base na previsão do custo da termelétrica mais cara acionada para atender à demanda.
Com as novas regras, passa a ser avaliado também o nível de produção das hidrelétricas --com mais chances de acionamento das bandeiras se houver o chamado deficit hídrico (conhecido pelo jargão "GSF), quando as usinas hidrelétricas geram abaixo de suas garantias, que é o montante de energia que elas podem vender no mercado.
(Com Reuters e Agência Brasil)
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