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Ministério nega risco à saúde pública, após nova fase da Carne Fraca

Vinicius Boreki

Colaboração para o UOL, em Curitiba

05/03/2018 11h33Atualizada em 05/03/2018 16h30

Após ser deflagrada a terceira fase da Operação Carne Fraca, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) negou que o abastecimento de carne branca (frangos e perus) ofereça risco à saúde pública, tanto no Brasil quanto em outros países que consomem a carne brasileira. Contudo, as fraudes descobertas podem afetar as exportações do Brasil.

A operação detectou um esquema entre a BRF, dona de marcas como Sadia e Perdigão, e laboratórios responsáveis por analisar seus produtos para fraudar resultados das análises e omitir a presença da bactéria salmonella. O objetivo era burlar a fiscalização sanitária e continuar exportando para mercados externos de controle mais rígido, segundo a Polícia Federal.

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Segundo o Ministério da Agricultura, a presença da bactéria salmonella é comum, principalmente em carne de aves, pois faz parte da flora intestinal desses animais, porém ela é destruída em altas temperaturas --quando a carne é cozida ou frita, por exemplo.

De acordo com Alexandre Campos da Silva, coordenador-geral de inspeção de produtos animais do ministério, existem cerca de 2.000 tipos de salmonella e apenas dois representam risco à saúde do ser humano.

"O risco à saúde pública não está devidamente configurado. Salmonela por si só não caracteriza risco à saúde pública, devido ao cozimento e à fritura, exceto desses dois tipos, que não foram identificados", disse Silva.

Silva foi taxativo em relação à segurança do abastecimento da carne branca para o mercado brasileiro. "Nossa fiscalização é eficiente. Se esses países atribuem a segurança dos seus consumidores ao ministério, o consumidor brasileiro pode ter segurança da eficiência do nosso trabalho. Estamos trabalhando em conjunto para evitar reincidências como essa", disse.

Outro lado

A empresa de alimentos BRF disse nesta segunda-feira que "está se inteirando dos detalhes" da nova fase da operação deflagrada nesta segunda-feira e que colabora com as investigações para esclarecer os fatos.

Em comunicado, a empresa ainda ressaltou que segue as normas e regulamentos relativos à produção e comercialização de seus produtos no Brasil e no exterior.

Separadamente, a Tarpon Investimentos, acionista da BRF, informou em nota que não é alvo da operação, mas que a PF realizou buscas em sua sede por documentos de Pedro de Andrade Faria relacionados ao período em que atuou como presidente da empresa de alimentos.

(Com Reuters)

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