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O que mais atrai brasileira ao comprar lingerie? Não é preço, diz estudo

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Imagem: Getty Images

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/03/2018 12h38

A brasileira que vai às lojas de lingerie é atraída por bons descontos, promoções e preços mais baixos, certo? Não é bem assim. "Bom atendimento" e "variedade dos produtos" (42%) são os motivos que mais atraem as consumidoras na hora de comprar calcinha e sutiã, à frente da dobradinha "bons descontos/promoções" e "preços mais baixos" (29%).

Os dados são da pesquisa "Comportamento de Compra das Consumidoras de Moda Íntima", feita pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI).

Isso se deve muito à nova geração, que vê o sutiã como uma peça de moda, para compor o look, o que é um reflexo de mudança de comportamento, mais livre, mais sensual.

Bárbara Castro, gerente comercial do IEMI

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Sexy ou confortável? Depende da idade

Substituir uma peça velha é o motivo apontado por 45% das consumidoras para comprar moda íntima.

De acordo com o IEMI, os motivos secundários levantados pela pesquisa variam de acordo com a faixa etária. A vontade de "se sentir bonita/bem vestida" e "ter maior variedade de produtos" foi apontada por 14% entre as consumidoras mais jovens (de 18 a 34 anos) e 10% pelas mais velhas (a partir de 35 anos).

A tendência se repete, diz a pesquisa, em relação à imagem passada no ato da compra: produtos com imagens de "sexy/provocante" e "romântico" têm maior apelo junto às consumidoras mais jovens (23%), contra 14% entre as mais velhas. Peças de lingerie com conceitos de "confortável" e "básico" são os preferidos das mulheres com 35 anos ou mais (14%).

Antes de comprar moda íntima, a consumidora busca por informações sobre os produtos? De acordo com a pesquisa, 62% das consumidoras disseram que "sim".

Os sites aparecem na liderança (41%), seguidos pelas revistas (36%) e a TV (27%). As redes sociais, como Instagram e Youtube, têm apelo maior entre o público mais jovem --entre 18 e 24 anos (34%) e as mulheres de 25 a 34 anos (31%). Apenas 16% das consumidoras mais velhas optam por pesquisar nas redes sociais.

Gasto médio por compra é de R$ 127

No geral, o gasto médio por compra em moda íntima saltou de R$ 106 na pesquisa anterior, feita em dezembro de 2015, para R$ 127 agora, uma alta de 20%. Calcinhas (41%) e sutiãs (35%) são os itens mais comprados.

O maior gasto é o das consumidoras da região Sudeste (R$ 138 ante R$ 113 na pesquisa anterior), seguido pelo das mulheres das regiões Norte e Centro-Oeste (R$ 128 ante R$ 119), Sul (R$ 111 ante R$ 113) e Nordeste (R$ 119 ante R$ 104).

De acordo com o levantamento, 32% das consumidoras brasileiras afirmaram comprar uma nova peça de lingerie a cada dois meses e 21%, a cada três meses. 

A pesquisa apontou que houve aumento também na frequência de compra: de 5,2 para 5,5 compras por ano, em média. A quantidade média de peças compradas passou de 3,5 para 3,9 produtos, aponta a pesquisa.

Revendedoras porta a porta perdem espaço

As lojas físicas são o canal preferido das consumidoras, com 72% ante 70% em 2015. As compras pela internet cresceram 4,4 pontos percentuais: de 7,6% na pesquisa anterior para 12% agora.

Quem perdeu espaço foram as revendedoras porta a porta, que vendem lingerie por meio de catálogos de empresas. A preferência por elas caiu cinco pontos percentuais, de 22% em 2015 para 17% agora.

"Esse é também um ponto de destaque: o canal de vendas por meio de revendedoras e sacoleiras vem perdendo relevância, em detrimento do e-commerce. O canal online vem crescendo na preferência das consumidoras", diz Bárbara.

Metodologia

O levantamento ouviu 1.253 consumidoras (com mais de 18 anos de idade) de produtos de moda íntima feminina em todo o país. A pesquisa foi feita em fevereiro, mas o resultado só foi divulgado agora.