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Vendeu o carro para lançar calcinha e sutiã sexy e coloridos para grávidas

Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/01/2017 04h00

A ex-fotógrafa Natália Pereira, 33, sempre foi apaixonada por lingerie. Quando sua irmã, Stella Pereira, 32, engravidou, ela percebeu sua decepção toda vez que saíam para comprar peças íntimas e só encontravam opções básicas, sem renda e na cor bege.

Resolveu, então, abandonar a carreira e investir na área. Vendeu o carro -avaliado em R$ 45 mil-, devolveu o apartamento que alugava em São Paulo e voltou a morar com os pais em Pirassununga (211 km a norte de São Paulo). Tudo para economizar e ter apoio no começo da operação.

Começo ainda muito pequeno

A Maya Lingerie Materna foi lançada em outubro do ano passado, com um investimento de R$ 60 mil -R$ 45 mil da Natália e R$ 15 mil da irmã, sua sócia. Para iniciar as atividades, foram fabricadas 700 peças. A produção é feita em oficinas terceirizadas.

Desse total, apenas 100 foram vendidas nos três primeiros meses de atuação. "Quero crescer devagar, valorizando toda a cadeia produtiva, principalmente as costureiras. Nossa produção é 100% nacional e queremos seguir dessa forma até mesmo quando nos tornarmos uma grande companhia", diz a empresária.

A marca tem sete opções de conjuntos. Os preços dos sutiãs vão de R$ 82,90 a R$ 99,90, e o das calcinhas, de R$ 32,90 a R$ 39. As peças mais caras são as que têm mais renda. A numeração do sutiã vai do 42 ao 48 e a da calcinha vai do P ao GG.

Seis opções de ajuste de sutiã

O que difere os modelos de lingerie feitas para grávidas dos convencionais? A empresária diz que o fecho do sutiã tem seis opções de ajuste nas costas, enquanto os convencionais têm apenas três.

As alças deles também são mais largas e as taças são maiores para acomodar melhor o peso do seio, sem machucar ou marcar os ombros. As calcinhas ganharam versões mais sexy, coloridas, mas não deixaram de ser confortáveis e com o forro 100% de algodão, segundo a empresária.

Divulgação por redes sociais

A empresa vende os produtos pela internet e faz divulgação pelas redes sociais Facebook e Instagram. Desde dezembro, a empresária fechou parceria com uma loja de São Paulo para revender as peças também.

"Queremos conquistar mais pontos de vendas neste ano. O próximo passo é criar uma linha de pijama e camisola."

Grávidas têm pouca opção de lingerie

Para Bruno Zamith de Souza, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), a empresária identificou um nicho pouco explorado e que tem um grande potencial.

"As grávidas realmente têm pouca opção de lingerie no mercado, o que mostra o potencial do negócio. Além disso, ela escolheu atuar em uma área de que gosta e viu a própria irmã sofrer com a falta de opção. Certamente ela terá sensibilidade para criar modelagens e coleções especiais e conquistará muitas clientes."

Público precisa conhecer o produto para consumir

Zamith também afirma que é preciso identificar qual é o melhor canal de vendas e de comunicação com o público-alvo, para manter um ritmo de vendas.

"Estar nas redes sociais é positivo para divulgar as peças, mas vender pela internet e ter apenas um ponto de venda pode dificultar a comercialização. O ideal seria criar um catálogo físico e aumentar as vendas em lojas especializadas."

Onde encontrar

Maya Lingerie Materna - http://www.mayalingerie.com.br/