Juro do cartão sobe a 243,5% ao ano para quem pagou valor mínimo, diz BC

Os juros do rotativo do cartão de crédito para quem pagou pelo menos o valor mínimo da fatura subiram de fevereiro para março, mesmo com a queda da taxa básica de juros, a Selic.

Na comparação com o mesmo mês de 2017, houve queda nessa modalidade. Em média, os juros para quem pagou o valor mínimo passaram de 239,1% em fevereiro de 2018 para 243,5% no mês passado. Em março de 2017, a taxa estava em 431,7% ao ano. 

Os juros do cartão no geral também tiveram alta na comparação mensal e queda na anual. 

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Banco Central.

• Problemas com o banco? Dica n° 1: não procure o gerente
• Bancos são condenados a pagar R$ 10 mi por prática abusiva
• Empresa não para de ligar para cobrar? Quem deve tem direitos

Rotativo do cartão de crédito

• Para quem pagou o valor mínimo da fatura: 243,5% ao ano
• alta na comparação com fevereiro (239,1%)
• queda em relação a março de 2017 (431,7%)
• Para quem não pagou nem o valor mínimo da fatura: 397,6% ao ano
• queda na comparação com fevereiro (399,6%)
• queda em relação a março de 2017 (531,7%)
• Média (considera as duas opções acima): 334,5% ao ano
• alta na comparação com fevereiro (332,4%)
• queda em relação a março de 2017 (490,3%)
• Parcelamento da fatura do cartão de crédito: 151,2% ao ano
• alta na comparação com fevereiro (150,7%)
• alta em relação a março de 2017 (138%)

Novas regras do cartão 

Desde abril do ano passado, o consumidor só pode usar o rotativo do cartão por, no máximo, 30 dias. Após esse período, o banco deve apresentar uma proposta mais vantajosa para o cliente, como o crédito parcelado, no qual você define o número de prestações na hora da aquisição. Nesse caso, os juros são mais baixos que no rotativo, mas ainda assim altos.

Antes, se o consumidor não pagava o valor total da fatura do cartão de crédito, a dívida era jogada para o mês seguinte, por meio do chamado crédito rotativo. Isso acontecia mês a mês, sucessivamente, com a cobrança de juros sobre juros, transformando a dívida numa bola de neve.

Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).

Confira a variação das modalidades de crédito:

• Rotativo do cartão de crédito: de 332,4% ao ano em fevereiro para 334,5% ao ano em março
• Cartão de crédito parcelado: de 150,7% ao ano em fevereiro para 151,2% ao ano em março
• Cheque especial: de 324,1% ao ano em fevereiro para 324,7% em março
• Crédito pessoal não-consignado: de 122,7% ao ano em fevereiro para 122,8% ao ano em março
• Crédito pessoal consignado: de 27,6% ao ano em fevereiro para 27,5% ao ano em março
• Compra de veículos: de 24,2% ao ano em fevereiro para 24% ao ano em março
• Financiamento imobiliário: mantida em 9,2% ao ano em março

Taxa básica de juros

No mês passado, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, de 6,75% para 6,5% ao ano.

Esse foi o 12º corte seguido da Selic, que vem caindo desde outubro de 2016, o que deixou a taxa de juros no menor nível da história.

A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.