Falta de combustível e preço alto geram fila em posto até no Paraguai
A falta de gasolina em Foz do Iguaçu (PR), somada aos preços altos, gerou aumento na procura por combustíveis em Ciudad del Este, no Paraguai. Enquanto um litro de gasolina custa, em média, R$ 4,50 nos postos do município paranaense, no país vizinho o valor cai para R$ 3,14. O litro do diesel, em terras brasileiras, custa R$ 3,60, em média. Do outro lado da ponte, sai por 40 centavos a menos.
No início da noite desta quarta-feira (23), uma fila de cerca de um quilômetro foi formada no primeiro posto depois da ponte Internacional da Amizade, que separa o Brasil do país vizinho, de acordo com o motorista de aplicativo Luiz Carlos Fernandes, 20.
Até a semana passada, levávamos, em média, 15 minutos para abastecer na cidade, isso quando estava lotado de gente. Agora, ficamos uma hora e meia na fila.
Luiz Carlos Fernandes, motorista de aplicativo
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Foz do Iguaçu tem 56 postos de combustíveis, segundo o Sindicombustíveis-PR. A reportagem ligou para dez deles; seis estavam sem gasolina e dois sem diesel. Em um dos estabelecimentos, a gasolina havia acabado por volta das 14h. "Tivemos até que fechar mais cedo", declarou a atendente, que preferiu não se identificar.
Em nota, o Sindicombustíveis-PR relata que "não recebeu nenhuma informação de desabastecimento geral nas maiores cidades do Paraná", mas que "caso a greve continue realizando bloqueio de estradas e dos centros de distribuição de combustíveis, podem ocorrer situações pontuais de dificuldade no abastecimento por conta destas interdições".
Preço menor atrai brasileiros
Para o também motorista de aplicativo Douglas Guinter, 27, a única alternativa tem sido ir para o Paraguai. "Além de ter combustível, também conseguimos economizar ao ir lá", relatou.
Para encher o tanque de um Chevrolet Ônix, que tem capacidade para 54 litros, por exemplo, o custo seria de R$ 247,50 em Foz do Iguaçu (PR). Em Ciudad del Este, bastariam R$ 169,50 –economia de 32%.
Para o professor de economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) José Guilherme Silva Vieira, o preço do combustível varia de país para país por causa da tributação e da política econômica de cada um.
No Paraguai, por exemplo, o valor é abaixo do Brasil porque há subsídio do governo.
José Guilherme Silva Vieira, professor de economia da UFPR
Vieira afirmou também que não há como manter ou reduzir o preço do combustível no Brasil por causa da alta do petróleo e do dólar, que incide diretamente nos custos da refinaria. "Não há mágica. Se esses dois itens estão subindo, a gasolina vai subir também. O petróleo, em maio do ano passado, por exemplo, custava cerca de US$ 50; hoje está na casa dos US$ 80".
No Brasil, de acordo com levantamento da Petrobras, o preço da gasolina sofre interferência dos custos da refinaria (32%); impostos federais, como Cide, Pis/Pasep e Cofins (16%); imposto estadual (ICMS); custo do álcool anidro misturado ao combustível (11%) e distribuição e revenda por parte das distribuidoras (12%).
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