Agência de risco mantém nota, e Brasil segue sem 'selo de bom pagador'
A agência de classificação de risco Fitch reafirmou nesta quarta-feira (1º) a nota de crédito do Brasil em BB-, com perspectiva estável. Com isso, o país segue sem o chamado grau de investimento, uma espécie de "selo de bom pagador".
"Os ratings do Brasil são limitados pelas fraquezas estruturais nas finanças públicas e pelo alto endividamento do governo, pelas fracas perspectivas de crescimento, por um ambiente político desafiador e por questões relacionadas à corrupção que pesaram na efetiva formulação de políticas econômicas e prejudicaram o progresso das reformas", afirma a Fitch em comunicado.
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A agência também citou o impacto negativo da greve dos caminhoneiros no final de maio, que afetou fortemente o abastecimento no país todo e levou a menores perspectivas de crescimento econômico neste ano.
Por outro lado, a Fitch disse esperar que o apoio da demanda externa e o alívio de incertezas políticas possam sustentar uma recuperação econômica gradual em 2019 e em 2020.
Em fevereiro, a agência havia reduzido a nota de crédito do Brasil de "BB" para "BB-". Em janeiro, a Standard & Poor's também rebaixou a classificação do país, de "BB" para "BB-".
A primeira agência a tirar o grau de investimento do Brasil foi a S&P, em setembro de 2015. Desde então, as principais agências (Fitch, Moody's e S&P) fizeram sucessivos cortes na nota do país.
Nota indica risco de calote
Um governo ou empresa consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receber o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo ou empresa tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores.
Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e é preciso pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O rating, ou classificação de risco, indica aos investidores se um país, empresa ou negócio é considerado um bom pagador ou não.
O chamado grau de investimento, por exemplo, indica que tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país ou empresa terão risco próximo a zero.
Agências falharam na crise de 2008/2009
A classificação das agências de risco é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de calote de países, empresas e negócios.
Porém, as agências foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009. Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.
(Com Reuters)
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