Com bônus, ganho do FGTS bate inflação em 2017, mas fica abaixo da poupança
O dinheiro do trabalhador que está depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) rendeu mais que a inflação no ano passado, mas perdeu para a poupança.
A inflação em 2017 foi de 2,95%. O rendimento nominal do FGTS foi de 5,59% e o ganho real (acima da inflação) foi de 2,56%. A poupança teve rendimento nominal de 6,93% e ganho real de 3,88%.
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O rendimento do FGTS inclui a atualização mensal (correção pela TR, Taxa Referencial), mais o bônus anual, anunciado nesta terça-feira (14). O fundo teve um lucro de R$ 12,46 bilhões no ano passado e metade desse valor (R$ 6,23 bilhões) será dividia entre os trabalhadores.
O rendimento extra será, em média, de R$ 38 para cada uma das 258 milhões de contas do FGTS. O dinheiro começa a ser depositado nesta terça-feira (14), e todas as contas devem receber o recurso extra até o fim de agosto. Ao todo, devem ser beneficiadas 90,7 milhões de pessoas.
Bônus para melhorar situação do FGTS
A distribuição de lucros do FGTS entre os trabalhadores é consequência da Lei 13.446/2017, elaborada com objetivo de melhorar o rendimento das contas vinculadas, que vinham registrando correção menor do que a inflação desde 2008.
Em julgamento em abril deste ano, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que o rendimento do FGTS deve ser mantido como está. Durante muitos anos, sem contar com a divisão dos lucros, o rendimento do FGTS foi menor que o da poupança e, muitas vezes, não cobriu nem a inflação.
Caso o trabalhador pudesse colocar esse dinheiro em outras aplicações, teria um retorno maior. Na prática, quem tem recursos no FGTS acaba perdendo dinheiro.
Entre 2007 e 2017, por exemplo, o dinheiro aplicado no FGTS rendeu 49,7%, enquanto a inflação avançou 82,6%. Um trabalhador que tinha R$ 10 mil no FGTS em 2007 chegou a 2017 com R$ 14.967 em conta, mas o preço dos produtos e serviços subiu mais que isso nesse período. Então, houve uma perda no poder de compra do trabalhador.
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