Presidente do Banco Central da Argentina renuncia
O presidente do banco central da Argentina, Luis Caputo, renunciou ao cargo nesta terça-feira (25) alegando motivos pessoais, informou o banco.
A renúncia, a segunda de um presidente do BC em menos de quatro meses, surpreendeu o mercado financeiro.
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O BC argentino enfrenta um momento difícil, tentando conter a desvalorização do peso argentino, que já perdeu 50% até agora em 2018, enquanto o governo negocia a extensão de um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
"Esta renúncia se deve a motivos pessoais, com a convicção de que o novo acordo com o FMI restabelecerá a confiança nas situações fiscal, financeira, monetária e cambial", disse o comunicado.
Novo presidente já foi anunciado
Após a divulgação da decisão, o governo anunciou a nomeação do secretário de Política Econômica, Guido Sandleris, como o novo presidente do BC.
Doutor em economia pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos, Sandleris é um aliado próximo e vice do ministro da Economia, Nicolas Dujovne. A mídia argentina relatou crescentes tensões entre Dujovne e Caputo nas últimas semanas.
Sandleris terá que lidar com a forte instabilidade do peso, uma inflação que deve ultrapassar 40% este ano e uma economia estagnada.
Ex-presidente do BC era próximo a Macri
Caputo assumiu o cargo no banco central em 14 de junho. Ele substituiu Federico Stuzenegger, que renunciou em meio à queda do peso e ao aumento da taxa de juros para tentar combater a inflação.
Ele vinha sendo um colaborador próximo de Macri desde que chegou à presidência do país em dezembro de 2015. Primeiro, ele ocupou o cargo de Secretário de Finanças e, depois, virou Ministro da área.
Analistas preveem que a Argentina feche o ano com inflação acima de 40%. Caputo tem sido um colaborador próximo de Macri desde que chegou à presidência do país em dezembro de 2015. Primeiro, ele ocupou o cargo de Secretário de Finanças e, depois, virou Ministro da área.
Greve geral
Nesta terça-feira, grandes centrais sindicais paralisam a Argentina, com uma greve geral de 24 horas. O presidente do país, Mauricio Macri, está em Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU e se reunir com investidores para tentar transmitir confiança.
Com os dados macroeconômicos em situação preocupante, os sindicatos paralisam os transportes públicos, o tráfego aéreo, o transporte de carga terrestre, os bancos e a administração pública, incluindo escolas e hospitais.
Esta é a segunda paralisação geral desde que o governo Macri assinou em junho um acordo de US$ 50 bilhões com o FMI, dos quais o país já recebeu US$ 15 bilhões. O governo negocia para aumentar o valor.
O movimento foi convocado como uma greve sem manifestações, mas, na segunda-feira, dezenas de milhares de pessoas saíram em passeata em Buenos Aires até a Praça de Maio para repudiar as medidas de cortes de gastos do governo e o acordo com o FMI.
(Com Reuters e AFP)
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