IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Bolsonaro irá pessoalmente ao Congresso entregar reforma da Previdência

Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Antonio Temóteo e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

18/02/2019 14h11Atualizada em 18/02/2019 17h42

O presidente Jair Bolsonaro irá pessoalmente ao Congresso Nacional na quarta-feira (20) entregar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma da Previdência, confirmou hoje o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. 

Questionado como seria a articulação política para a tramitação da reforma, ele afirmou que esse tema é de responsabilidade do ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. "A articulação é com o Onyx", declarou.

Após o ato político, Bolsonaro deve fazer um discurso público sobre a medida. Ainda não está decidido se o presidente fará um pronunciamento oficial em rádio e TV ou se fará um vídeo ao vivo nas redes sociais.

No mesmo dia, governadores de vários estados se reunirão em Brasília. A equipe de Bolsonaro ainda avalia se ele participará do evento para pedir apoio aos políticos.

Até o momento, o governo só divulgou que a idade mínima de aposentadoria será de 65 anos para homens e 62 para mulheres após uma transição de 12 anos. Ainda não há informações sobre as idades mínimas iniciais e as regras de transição, qual será o tempo mínimo de contribuição e se haverá um sistema de capitalização, por exemplo.

Campanha em discursos e redes sociais

Após o texto ser apresentado ao Congresso, o presidente deve lançar uma forte campanha a favor da reforma, usando redes sociais e discursos públicos, pelo menos nos dois dias seguintes. A ideia do governo é mostrar que a PEC tem o intuito de acabar com desigualdades e equilibrar as contas públicas.

Bolsonaro também participará de reuniões individuais com partidos e bancadas. "O presidente vai explicar que, sem reforma, que equilibraria as contas públicas, não haverá recursos para saúde, educação e segurança", disse um assessor do presidente.

Divisão entre equipe econômica e ala política

Em paralelo a isso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e o secretário de Previdência, Leonardo Rolim, serão os porta-vozes da equipe econômica sobre o tema. 

Os três participarão de audiências públicas no Congresso e se reunirão com bancadas, partidos e lideranças para detalhar a proposta e os efeitos esperados sobre a economia.

A ala política, composta pelos ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Santos Cruz, e pelo líder do governo na Câmara, deputado major Vitor Hugo, trabalhará para contabilizar votos para aprovar a reforma.

"A equipe econômica elaborou o texto e ajudará no processo de convencimento dos parlamentares. Mas o trabalho político será feito por Onyx, Santos Cruz e Vitor Hugo. Com essa crise política, ninguém da equipe econômica vai dar palpite. Essa é a ordem do ministro", disse um interlocutor de Guedes, referindo-se ao impasse sobre o ministro Gustavo Bebianno. 

Guedes diz que Previdência é fábrica de desigualdades

UOL Notícias