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Se prejudicar mais pobres, capitalização não passa no Congresso, diz Maia

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (à esq.), participa de debate sobre a reforma da Previdência - Twitter/Rodrigo Maia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (à esq.), participa de debate sobre a reforma da Previdência Imagem: Twitter/Rodrigo Maia

Juliana Elias

Do UOL, em São Paulo

25/02/2019 12h41

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que a criação de um regime de capitalização no sistema previdenciário brasileiro, conforme proposto na reforma da Previdência, pode ser prejudicial aos mais pobres, já que geraria benefícios insuficientes. A depender das condições, afirmou, este ponto do projeto dificilmente seria aprovado pelo Congresso.

A capitalização é um sistema pelo qual cada contribuinte poupa para a própria aposentadoria, e pode substituir ou ser complementar ao sistema atual, em que os que estão na ativa, trabalhando, pagam pela aposentadoria dos mais velhos. Na reforma proposta pelo governo, ela seria opcional. 

"A capitalização é um debate importante e que precisa ser feito, mas tem que ter cuidado, porque a capitalização precisa garantir a renda mínima para os mais pobres", afirmou Maia, durante debate realizado hoje pela Folha de S.Paulo e a Fundação Getulio Vargas, em São Paulo.

"Pelo que ouço de economistas especializados em Previdência, a capitalização, sozinha, é insuficiente para garantir uma renda mínima para quem ganha dois, três salários mínimos. Um sistema de capitalização puro é difícil passar no Parlamento. Pode ser uma opção para quem ganha mais, uma parcela de capitalização, porque protege a base da sociedade."

Maia afirmou que a reforma da Previdência é um dos pontos mais importantes da agenda política e econômica atual e é essencial para colocar em ordem as contas públicas, hoje no vermelho.

"Precisamos fazer esse debate, essa repactuação, para que o setor privado volte a investir no Brasil. As pessoas estão vendo que, sem a Previdência, a relação dívida/PIB vai explodir muito mais rápido do que está projetado. Com isso, vamos recolocar o Brasil no ciclo de recessão e de aumento do desemprego."

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UOL Notícias