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Bancos têm até hoje para dizer quanto cobraram de tarifas de você em 2018

Thâmara Kaoru

Do UOL, em São Paulo

28/02/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Prazo para bancos disponibilizarem extrato anual de tarifas termina hoje
  • Ele mostra quais valores foram cobrados pelo banco no ano anterior
  • Documento pode ajudar a analisar a situação bancária e economizar

Os bancos têm até hoje para fornecer gratuitamente aos seus clientes o extrato anual de tarifas. Esse documento mostra, mês a mês, quais foram os valores cobrados pela instituição financeira em 2018. Quem está em busca de economia pode aproveitar esse resumo de cobranças para analisar sua situação bancária e cortar gastos.

"Às vezes, a pessoa desconhece qual pacote contratou e nem sabe o que ele dá direito. O extrato ajuda a ter ciência de quanto gastou com tarifas bancárias e também auxilia na reflexão sobre os serviços utilizados", disse a economista do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Ione Amorim.

"Se o cliente paga R$ 30 por mês, mas, além do pacote, teve cobranças por saque, ele pode pensar em usar mais o cartão de débito para reduzir a frequência de saques ou retirar um valor maior para o dinheiro durar mais tempo. É um aspecto que cada um precisará avaliar."

Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o principal canal para ter acesso ao documento é o internet banking, mas as opções variam de banco para banco. Ione disse que quem não conseguir localizar o documento deve entrar em contato com a instituição financeira.

Veja como economizar:

Mensalidade da conta bancária

Se perceber que o pacote que possui vai além do que precisa, o cliente pode pedir a mudança do serviço ou tentar negociar com o banco.

O consumidor também deve lembrar que todos os bancos são obrigados a oferecer um pacote gratuito de serviços essenciais e também quatro pacotes de serviços básicos, que podem ser cobrados. Os serviços inclusos em cada pacote são determinados pelo Banco Central.

Nos serviços essenciais, por exemplo, o cliente tem direito, por mês, a:

  • Quatro saques
  • Duas transferências para contas do mesmo banco
  • Consultas ilimitadas de extrato pela internet
  • Dois extratos impressos
  • Dez folhas de cheque
  • Receber um cartão com a função débito

Caso utilize mais serviços do que o pacote contratado oferece, os bancos podem cobrar por eles individualmente, conforme os valores estabelecidos em suas tabelas de tarifas.

Se tiver resistência na agência para fazer a troca de pacote, o consumidor pode registrar uma reclamação no SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) do banco. É preciso anotar o número do protocolo. Se não for resolvido, é possível procurar o Banco Central.

Anuidade do cartão

Segundo a especialista, quem recebe anuidade grátis como incentivo deve ter atenção. "O consumidor precisa estar ciente que a instituição pode dar isenção em um ano, e no outro, não. No momento em que a instituição voltar a cobrar, é preciso avaliar se você vai querer pagar por esse serviço e se está sendo benéfico." 

Outro cuidado é quando o banco condiciona a anuidade grátis a um consumo mínimo por mês. Para Ione, impor um consumo regular configura, de forma indireta, uma anuidade, já que o consumidor acaba gastando um valor que não necessariamente iria gastar. 

Para ela, vale negociar. "Se o cliente tem investimentos no banco, por exemplo, ele pode pedir desconto. Cabe negociar quando o consumidor achar que o valor está além do orçamento."

Trocar dívida por outra

O consumidor que está endividado pode procurar outra instituição financeira com condições e taxas menores. "Uma dívida de cheque especial ou cartão de crédito pode ser convertida em uma dívida de empréstimo pessoal. É o que chamamos de trocar uma dívida cara por outra mais barata", disse Ione.

Outra opção é pedir a transferência da dívida para outro banco. "Dá para pedir a portabilidade para tentar baratear a dívida. O banco que está oferecendo juros menores avalia o crédito. Se o consumidor tiver o perfil, o banco que aceitou comunica o outro sobre a portabilidade, e a transferência da dívida", afirmou a economista.

Ela afirmou que o consumidor deve ter cuidado para não entrar em uma renegociação de dívida, em vez de fazer uma transferência. "Pode acontecer de criarem um novo empréstimo, com uma parcela mais baixa, mas alongando o prazo. Isso faz com que a dívida aumente no final." Na portabilidade, o prazo de pagamento não pode ser maior do que o que foi estabelecido com o outro banco, disse Ione.

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