CCJ cancela audiência e diz que espera Guedes na próxima semana
Após um acordo de líderes, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados decidiu hoje convidar novamente o ministro da Economia, Paulo Guedes, para participar de uma audiência pública na quarta-feira da semana que vem (3) sobre a reforma da Previdência.
Caso ele desista novamente de participar, será automaticamente convocado pelo colegiado. Nesse caso, ele fica obrigado a participar da reunião.
O ministro da Economia era esperado para debater o texto com os parlamentares, mas desistiu de participar da audiência e enviou o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, para substituí-lo.
Em nota oficial, o Ministério da Economia informou que a ida de Guedes ao colegiado "será mais produtiva" quando o relator da matéria for definido.
Diante da desistência de Guedes, a oposição recolheu assinaturas para votar um requerimento de convocação, que foi acatado pelo presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR). Com isso a audiência pública com Marinho foi cancelada.
Oposição critica ministro e defende convocação
O requerimento de convocação foi assinado pelo líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), e pelo líder do PSB, Tadeu Alencar (PE). Segundo Molon, Guedes desrespeitou os parlamentares ao se negar a participar de audiência pública.
"Consideramos inaceitável essa proposta de se substituir o ministro da Economia. Essa atitude e esse comportamento é um desrespeito com essa Casa, com a comissão, com todos os membros e com o presidente da comissão", disse.
O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, fez apelos para que a audiência pública fosse realizada e disse que Guedes compareceria ao colegiado na próxima semana.
Atritos entre Executivo e Legislativo elevam crise
Atritos entre o Executivo e o Legislativo nos últimos dias têm feito pairar dúvidas sobre a tramitação da reforma da Previdência, considerada pauta prioritária do governo e do mercado financeiro.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, chegou a dizer, na semana passada, que não participaria mais da articulação política pela aprovação do projeto. No final de semana, líderes partidários tentaram botar panos quentes para "baixar a temperatura" da crise.
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