Tem problema de comunicação no governo, mas não há caos nenhum, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que existe um "natural problema de comunicação" no governo Jair Bolsonaro, mas disse que "não tem caos nenhum".
"Não pode ter 'toma lá, dá cá'. Queremos saber quem são os interlocutores. Tem que ser um partido que tenha cara", afirmou o ministro durante reunião da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).
Atritos entre o Executivo e o Legislativo nos últimos dias têm feito pairar dúvidas sobre a tramitação da reforma da Previdência, considerada pauta prioritária do governo e do mercado financeiro.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, chegou a dizer, na semana passada, que não participaria mais da articulação política pela aprovação do projeto. No final de semana, líderes partidários tentaram botar panos quentes para "baixar a temperatura" da crise.
Guedes defendeu as mudanças nas regras para a aposentadoria, enviadas pelo presidente ao Congresso. Disse que o próprio Bolsonaro, que já votou contra a reforma da Previdência, mudou de opinião.
"O presidente sabe que a Previdência é uma reforma difícil", declarou."Mas estamos confiantes de que o Congresso sabe o tamanho do desafio [de fazer a reforma]."
Guedes afirmou também que a reforma vai "libertar filhos e netos dessas armadilhas em que nós caímos".
Prefeitos estão preocupados com ruídos
O presidente da FNP, Jonas Donizette (PSB), que também é prefeito de Campinas (SP), afirmou que confia em Maia, mas está preocupado com os ruídos entre o Legislativo e o Executivo.
"Estamos muito preocupados com a condução política desse processo de reforma da Previdência. Vemos com muita preocupação essas declarações desencontradas entre o Legislativo e o Executivo. Eu e outros prefeitos com passagens pela Câmara dos Deputados temos muita confiança no Rodrigo Maia. Ele tem o propósito de aprovar essa reforma", disse.
Donizette declarou que os prefeitos colaboram proativamente para a aprovação da proposta porque sabem da necessidade de ajuste nas contas públicas.
"A reforma da Previdência trará uma economia de R$ 32 bilhões em quatro anos para os municípios e de R$ 150 bilhões em dez anos. Isso é importante para os prefeitos. Temos esse senso de responsabilidade", afirmou.
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