Guedes é interrompido, se irrita e diz que deputados divulgam 'fake news'
O ministro da Economia, Paulo Guedes, bateu boca mais uma vez com parlamentares da oposição durante audiência sobre a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Ele foi interrompido por deputados do PT quando rebatia um parlamentar que criticava a criação de uma idade mínima para a aposentadoria. Segundo Guedes, as mulheres pobres hoje já se aposentam por idade, aos 61,7 anos.
Ao ser interrompido, o ministro se irritou, criticou os partidos de oposição e os governos do PT e disse que os deputados contrários à reforma da Previdência divulgam "fake news" (notícias falsas).
"Falem a verdade, vocês estavam há quatro mandatos no Poder e não fizeram nada. Por que deram dinheiro para a JBS? Por que deram dinheiro do BNDES [Banco Nacional, de Desenvolvimento Econômico e Social]? Por que não botaram imposto sobre dividendo? Por que deram benefício para bilionário? Nós estamos [no governo] há três meses. Vocês tiveram 18 anos e não tiveram coragem de mudar. Não pagaram nada, não cortaram nada. O PSOL nasceu porque o PT fechou questão [a favor da reforma da Previdência]", disse.
"Fake news"
O ministro disse que ouviu calado todos os pronunciamentos e perguntas dos parlamentares e que queria ter o direito de falar. "Eu ouvi, eu respeitei a Casa. A Casa não está me respeitando, não está me dando o direito de falar."
Respondendo ao deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), que citou supostos aumentos nas taxas de suicídio entre idosos no Chile, Guedes disse que "o país é o 118º no ranking de suicídios acima de 70 anos". Em seguida, acusou os deputados de divulgar "fake news".
O Chile foi mencionado pela oposição porque adota o regime de capitalização, no qual cada trabalhador poupa para a sua aposentadoria. O sistema está passando por reformas devido ao baixo valor dos benefícios. A capitalização consta na proposta de reforma do governo Bolsonaro.
"Cortem vocês a aposentadoria dos militares"
O ministro também se irritou com questionamentos da oposição sobre a aposentadoria dos militares. O governo Bolsonaro enviou uma proposta de reforma da Previdência dos militares junto com mudanças na carreira das Forças Armadas. Na prática, as mudanças aumentam os pagamentos aos militares.
"A verdade é relativa. A nossa é mostrar os números. Vocês têm todas as simulações com a equipe. Você não tem que virar para um ministro e perguntar por que ele não cortou a aposentadoria de militares. Cortem vocês. Vocês são um Poder. Vocês têm medo de fazer isso? Vocês são o Congresso Nacional", disse.
Guedes também afirmou que a CCJ deveria analisar a constitucionalidade da reforma, e não o mérito, cuja análise caberia à comissão especial. Ele cobrou que os parlamentares votem o texto e disse que essa é a obrigação deles.
Outro bate-boca
Foi o segundo momento tenso da audiência. Logo no início, Guedes protagonizou outro bate-boca com parlamentares, quando falava sobre o regime de capitalização e foi interrompido.
O ministro se irritou com menções ao Chile, onde o regime foi adotado, e respondeu: "Acho que a Venezuela está bem melhor".
Depois de uma confusão generalizada, Guedes tentou acalmar os ânimos e acabou pedindo desculpas.
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