Dólar sobe, Bolsa cai, PIB fraco, Previdência incerta: a semana do governo
O "tsunami" previsto pelo presidente Jair Bolsonaro para a última semana não ocorreu, mas uma onda de pessimismo chegou com força ao mercado. O ministro da Economia, Paulo Guedes, revisou a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2% para 1,5%, e o BC (Banco Central) projetou um resultado negativo para a economia no 1º trimestre de 2019.
Para agravar a situação, a relação entre Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), piorou, o que pode atrapalhar o trâmite da reforma da Previdência, a votação de um crédito suplementar de R$ 248 bilhões para o pagamento de despesas do governo e várias MPs (Medidas Provisórias).
Em um gesto de independência do governo, Maia articulou com o Centrão e a oposição o andamento da reforma tributária, que deve ter a constitucionalidade votada na quarta-feira (22) pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados.
Mercados reagem negativamente
Diante da piora do ambiente político e das projeções para o crescimento da economia, o mercado deu sinais de que está preocupado. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, acumulou perdas ao longo da semana.
O dólar se mantém acima de R$ 4. O valor da moeda divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor é ainda maior.
Banco alerta para menor crescimento
Em relatório enviado a clientes, o Bank of America Merrill Lynch informou que os agentes econômicos adiaram as decisões de investimento, à espera da aprovação da reforma da Previdência. Segundo o documento, a demora para votação da reforma afetou negativamente o crescimento econômico esperado, o mercado de trabalho, o interesse de empresas de abrir capital na Bolsa e os planos de privatizações.
"A aprovação da reforma previdenciária é fundamental para ver o progresso no restante da agenda. No entanto, a recuperação do crescimento será gradual, uma vez que as reformas estruturais levam tempo para impactar a economia", afirmou o banco no relatório.
Diante das incertezas para a aprovação da reforma, O Bank of America reduziu a estimativa de crescimento da economia de 2,4% para 1,2%. Além disso, a instituição financeira avalia que a fraqueza da atividade pode levar o BC a reduzir os juros em um ponto percentual, para 5,5%, até o fim do ano. Entretanto, eles condicionam essa queda à aprovação da reforma pela Câmara até o fim de setembro.
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