Prévia da inflação desacelera para 0,06% e é a menor para junho em 13 anos

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), desacelerou para 0,06% em junho, após ter sido de 0,35% em maio. A taxa é a menor para um mês de junho em 13 anos, desde 2006, quando houve deflação de 0,15%. Em junho do ano ano passado, a taxa havia sido de 1,11%.

O acumulado no ano ficou em 2,33% e, em 12 meses, em 3,84%.

Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Feijão e tomate mais baratos

O grupo Alimentação e bebidas, que havia ficado estável em maio, apresentou queda de preços em junho: -0,64%. Entre as maiores baixas estão:

• feijão-carioca (-14,99%)
• tomate (-13,43%)
• feijão-mulatinho (-11,48%)
• batata-inglesa (-11,30%)
• feijão-preto (-8,84%)
• e frutas (-5,25%)

Já os preços do leite longa vida (2,80%) e das carnes (0,64%) subiram de maio para junho.

Passagens aéreas mais caras

O grupo dos Transportes desacelerou de 0,65%, em maio, para 0,25% em junho.

No lado das altas, destacam-se as passagens aéreas, que ficaram 18,98% mais caras.

Os combustíveis caíram 0,67%, após uma alta de 3,30% no mês anterior. A gasolina, que havia subido 3,29% em maio, apresentou alta menos intensa em junho, de 0,10%. O etanol, por sua vez, passou de uma alta de 4% a uma queda de 4,57%.

Juros X Inflação

Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar a queda dos preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

Na última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao ano, no menor nível da história (o Copom foi criado em 1996).

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

(Com Reuters)