Low cost não deixaria o Brasil se mala fosse grátis, mas defende cobrança
Resumo da notícia
- Cobrança de mala é apontada pelo governo como atração para aéreas de baixo custo
- Argentina Flybondi disse que não desistiria do Brasil se mala fosse grátis, mas teria de refazer contas
- Sky, Norwegian e JetSmart não disseram se sairiam, mas afirmam que cobrança é essencial
A cobrança de bagagem em voo é vista pelo governo como o principal motivo para a chegada de novas companhias aéreas de baixo custo ao país. Durante votação que poderia fazer as malas serem grátis de novo, a Anac defendeu a manutenção da cobrança. A alegação era que as empresas de baixo custo poderiam deixar de operar no Brasil.
No entanto, as empresas não confirmam isso. Em entrevista ao UOL, o diretor comercial da Flybondi, Mauricio Sana Saldaña, disse que a companhia não deixaria de voar para o Brasil mesmo se no futuro o Congresso Nacional proibisse a cobrança de bagagem. "Só por isso não", afirmou. Outras aéreas low cost no país ou que vão iniciar os voos em breve evitaram assumir que sairiam.
A cobrança das bagagens foi mantida por apenas dez votos. Após o anúncio dos resultados, os parlamentares prometeram voltar ao tema caso as passagens aéreas não tenham uma queda de preços até o início do ano que vem.
Algumas promoções poderiam não existir
O diretor comercial da Flybondi afirmou, porém, que, se houver uma mudança na legislação, a empresa pode deixar de oferecer algumas promoções. "Dependendo das condições, teríamos de refazer as contas", afirmou. A Flybondi já chegou a oferecer passagens entre Rio de Janeiro e Buenos por R$ 1 mais taxas. A tarifa de ida e volta ficava por R$ 287.
Embora não tenham assumido uma posição mais incisiva se permaneceriam ou não com voos no Brasil caso a lei seja alterada no futuro, as companhias de baixo custo defenderam a cobrança de bagagem como forma de dar mais direito de escolha ao passageiro.
"A maneira moderna de administrar uma companhia aérea é oferecer aos passageiros a liberdade de escolher pelo que pagam. Oferecemos uma tarifa básica e damos aos passageiros a opção de pagar por bagagem, reserva de assentos etc.", afirmou o diretor de comunicação e assuntos públicos para a América do Sul da Norwegian, Matías Maciel.
Para Maciel, esse modelo é decisivo na escolha das rotas que serão operadas pela empresa. "Para entrar em um novo mercado e, consequentemente, criar novos empregos e aumentar o valor econômico, é crucial poder operar como uma companhia aérea moderna, não como uma companhia aérea do passado", declarou.
Mudanças nas regras atraíram chilena
O diretor comercial da chilena JetSmart, Victo Mejia, evitou falar qual seria a posição da empresa se a legislação for alterada no futuro, mas disse que as mudanças regulatórias dos últimos anos "foram um dos fatores que nos levaram a considerar o Brasil como país para continuar nossa expansão".
"Nosso modelo de aviação é simples e oferece muito valor aos passageiros: transportar pessoas do ponto A ao ponto B pelo menor preço possível. Se uma pessoa não quer levar bagagem, ela não será cobrada pela bagagem. Queremos simplificar o voo para os passageiros, e para isso é importante que a regulação acompanhe e incentive essa nova forma de voar", afirmou o diretor da JetSmart.
Seguir o resto do mundo
O CEO da também chilena Sky, Holger Paulmann, afirmou que preferia não falar sobre possibilidades. "Analisamos a realidade de hoje, e hoje o Brasil é um mercado atraente para nós e para várias outras companhias aéreas", declarou.
No entanto, Paulmann disse que, para atrair novas empresas, o Brasil precisa seguir o modelo adotado pela maioria dos países. "É sempre importante que os países que desejam atrair novos atores e companhias aéreas estrangeiras estejam alinhados com as leis e regulamentos da aviação em todo o mundo. Dessa forma, os mercados estão se tornando mais atraentes para as companhias aéreas e, portanto, estão surgindo mais facilidades e benefícios para os passageiros", afirmou.
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