Em contraste a Trump, Jinping defende órgãos como ONU e acordo climático
Resumo da notícia
- Xi Jinping, defendeu instituições multilaterais como a ONU e o Acordo de Paris
- Defesa do presidente chinês foi feita em discurso durante 11ª cúpula do BRICS
- Posição da China contrasta com a dos EUA e, em parte, com a do Brasil
Em discurso hoje na 11ª cúpula do Brics - bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, o presidente chinês, Xi Jinping, defendeu instituições multilaterais como a ONU (Organização das Nações Unidas) e o Acordo de Paris para minimizar efeitos negativos de mudanças climáticas.
A defesa dos tópicos contrasta com o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e, em parte, com o do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL). Com destaque a Trump, ambos já fizeram críticas a instituições multilaterais - como questionamentos à efetividade e ao espírito de globalismo da ONU - e ameaçaram sair do Acordo de Paris, tratado assinado por 195 países em 2015. Trump, no caso, já notificou a ONU sobre a intenção dos Estados Unidos em se retirar do acordo.
Embora a China seja o país mais poluente do mundo, seguida pelos Estados Unidos e pelo bloco da União Europeia, de acordo com o Climate Data Explorer do World Resources Institute, Jinping pediu maior apoio à agenda de desenvolvimento sustentável proposta pela ONU com metas até 2030 e ao Acordo de Paris.
"Devemos defender o multilateralismo, dar voz e ampliar o peso de países em desenvolvimento, em mercados emergentes, nos negócios e assuntos internacionais. Devemos priorizar os desdobramentos no arcabouço de políticas macroeconômicas globais e buscar a agenda 2030 de desenvolvimento sustentável da ONU, bem como o Acordo de Paris em matérias de mudanças do clima e, assim, fomentar um avanço coordenado em desenvolvimento ambiental", declarou.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, também defenderam a expansão do multilateralismo. Modi, por exemplo, citou a OMC (Organização Mundial do Comércio) enquanto Ramaphosa exaltou zona de livre comercio da União Africana que deverá entrar em vigor em maio de 2020. Ao todo, 54 países devem participar da iniciativa, segundo o presidente sul-africano.
Em discurso, Bolsonaro declarou que a política externa brasileira tem "os olhos próximos do mundo, mas, em primeiro lugar, do Brasil". Ele disse ser preciso estar "em sintonia com as necessidades de nossa sociedade".
Apesar do comentário, Bolsonaro fez uma defesa enfática do Brics e enumerou medidas tomadas pelo Brasil para fortalecer o bloco. "Guiados pelo lema de nossa presidência 'Crescimento econômico para um futuro inovador', demos ênfase à inovação essencial para fomentar a produtividade e competividade de nossas economias", falou.
Ele ainda disse esperar que a abertura de escritório regional das Américas do Novo Banco de Desenvolvimento, com sede em São Paulo, ajude a incrementar a carteira de financiamentos no Brasil.
O Novo Banco de Desenvolvimento foi criado em cúpula do Brics ocorrida em Fortaleza, em 2014, com o objetivo de financiar projetos em países em desenvolvimento, com foco nos integrantes do bloco. A sede do banco fica em Xangai, na China.
O aporte inicial à instituição foi de US$ 10 bilhões de cada um dos cinco países-membros do Brics, embora outras nações também possam participar dela, ainda que sem todas as prerrogativas.
Mais cedo, Bolsonaro afirmou que o governo brasileiro não vai entrar na guerra comercial entre Estados Unidos, Rússia e China. Os dois últimos países criticam medidas tidas por eles como protecionistas adotadas pelos norte-americanos e já haviam reiterado insatisfações ontem em fórum do Brics em Brasília.
Ontem e hoje, a capital federal sedia a 11ª cúpula do Brics. Estão na cidade o presidente chinês, Xi Jinping, o presidente russo, Vladimir Putin, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. Pela manhã, Bolsonaro e os demais líderes participaram de reuniões no Palácio Itamaraty, seguido de almoço. O presidente brasileiro receberá em encontros bilaterais Putin e Ramaphosa no Palácio do Planalto à tarde.
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