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Carne sobe menos, mas 'prévia da inflação' é a maior para janeiro em 4 anos

José Ignacio Pompé/Unsplash
Imagem: José Ignacio Pompé/Unsplash

Do UOL, em São Paulo

23/01/2020 09h07Atualizada em 23/01/2020 12h17

Os preços das carnes subiram menos em janeiro, e contribuíram para que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), desacelerasse para 0,71% em janeiro, abaixo da taxa de 1,05% registrada em dezembro.

Apesar da desaceleração, esse é o maior resultado para um mês de janeiro desde 2016, quando o índice foi de 0,92%. Em janeiro de 2019, a taxa foi de 0,3%.

Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,34%, acima dos 3,91% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Com isso, a inflação passa a ficar acima do centro da meta do governo para este ano, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 5,5% e 2,5%.

Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Dentre os nove grupos, só caíram os preços de (-0,14%) e artigos de residência (-0,01%).

Preço da carne sobe 4,83%

A desaceleração do IPCA-15 foi puxada pelas carnes, que passaram de uma alta de 17,71% em dezembro para 4,83% em janeiro. Ainda assim, o item teve novamente a maior contribuição individual sobre o índice, com 0,15 ponto percentual (p.p.).

Os preços das frutas (3,98%) e do frango inteiro (4,96%), porém, subiram mais em janeiro, na comparação com dezembro.

No lado das quedas, o destaque ficou com a cebola, com -5,43% de variação e impacto de -0,01 p.p. no resultado do mês.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta na passagem no IPCA-15. A inflação da carne contribuiu para que o grupo alimentação tivesse a maior alta de preços, de 1,83%, embora tenha havido desaceleração em relação ao resultado do mês anterior (2,59%).

Gasolina, transporte público e táxi mais caros

Em segundo lugar vieram os custos com transporte, que subiram 0,92%, perto do registrado em dezembro (0,9%). A gasolina, que já havia subido 1,49% em dezembro, apresentou alta de 2,64%. Todas as regiões apresentaram alta nos preços do combustível. Além disso, os preços do etanol (+4,98%) e do óleo diesel (+1,47%) também subiram.

Ainda em Transportes, a alta do item ônibus urbano (0,3%) foi puxada pelos reajustes de tarifas de 10% em Brasília e de 2,32% em São Paulo desde 1º de janeiro. O mesmo percentual de reajuste (2,32%) foi aplicado, na mesma data, também às passagens de trem e metrô na capital paulista.

A variação do item táxi (0,28%), por sua vez, decorre do reajuste médio de 2,2% nas tarifas praticadas no Rio de Janeiro (0,85%), válido desde 2 de janeiro. Por fim, destaca-se o reajuste médio de 14% nas passagens dos ônibus interestaduais (2,91%) em Salvador (2,88%), a partir de 5 de dezembro.

Por outro lado, as passagens áreas, que haviam subido 15,63% em dezembro, caíram 6,45% na prévia da inflação de janeiro.

Juros x inflação

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.

Na última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu reduzir taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 5% para 4,5% ao ano. É a menor taxa desde que o Copom foi criado, em 1996.

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no título em uma versão anterior desta matéria e destacado pela Home Page do UOL, a 'prévia da inflação' registrou a maior taxa para janeiro em quatro anos, e não a menor. A informação foi corrigida.