BC reduz juros pela 4ª vez, para 4,5% ao ano, menor nível na história
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu hoje baixar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 5% para 4,5% ao ano. Essa foi a quarta redução seguida dos juros. Com isso, a Selic atinge seu menor nível na história (o Copom foi criado em 1996).
Essa foi a última reunião do Copom no ano. O próximo encontro do comitê para decidir os juros acontece em 4 e 5 de fevereiro.
Ciclo de cortes da Selic começou em 2016
Em outubro de 2016, o BC deu início a uma sequência de 12 cortes na Selic. Neste período, a taxa de juros caiu de 14,25% ao ano para 6,5% ano. De maio de 2018 até junho de 2019, a taxa foi mantida no mesmo patamar. Foram dez encontros do Copom sem mudanças na Selic.
No final de julho, o Copom reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual, para 6% ao ano. Em setembro, caiu para 5,5% e, em outubro, a taxa passou a ser de 5% ao ano.
Juros ao consumidor são mais altos
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. A Selic não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros média do cheque especial, por exemplo, foi de 305,9% ao ano em outubro, enquanto a do rotativo do cartão foi de 317,2.
Poupança rende menos
Com os juros baixos, a poupança rende menos devido a uma regra criada em 2012. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é de 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais TR (Taxa Referencial). Porém, quando a Selic é igual ou menor que 8,5%, a poupança passa a render 70% da Selic mais TR.
Juros x inflação
Os juros são usados pelo BC como uma ferramenta para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
A meta é manter a inflação em 4,25% este ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto para cima e para baixo, ou seja, pode variar entre 2,75% e 5,75%. Em novembro, a inflação acumulada em 12 meses foi de 3,27%, dentro da meta do governo, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
(Com agências de notícias)
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