Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Governo avalia estourar meta e pagar salários em empresas mais afetadas

Cláudio Reis/Framephoto/Estadão Conteúdo
Imagem: Cláudio Reis/Framephoto/Estadão Conteúdo

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

17/03/2020 21h37

O ministro da Economia, Paulo Guedes, é pressionado pela ala política do governo e por parlamentares a aumentar a meta de rombo fiscal (para gastar mais) e aprovar medidas para pagar salários de trabalhadores da iniciativa privada pelos próximos três meses, após a pandemia de coronavírus. Entre as propostas em estudo está suspender os contratos formais de trabalho vigentes e liberar o seguro-desemprego por até 90 dias.

O assunto está em debate desde a última sexta-feira e será discutido na reunião do conselho de governo nesta quarta-feira (18) no Palácio do Planalto, com presença do presidente Jair Bolsonaro, de Guedes e de outros ministros. O ministro da Economia é contra a medida porque seria um sinal de falta de rigor fiscal.

A proposta valeria para os setores mais afetados com o coronavírus, como bares, restaurantes, companhias aéreas e empresas de turismo. Para ela ser adotada, seriam necessárias outras duas mudanças aprovadas pelo Congresso: autorização para um rombo fiscal e alterações na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

A autorização para um rombo fiscal superior aos R$ 124,1 bilhões previstos no Orçamento de 2020 pode ocorrer automaticamente se o Congresso aceitar o pedido de estado de calamidade pública que será enviado pelo governo.

O governo também cogita criar um voucher, semelhante à proposta do presidente Donald Trump, para transferir dinheiro aos trabalhadores. A medida, entretanto, ainda não tem base legal, disse um técnico ouvido reservadamente.

Pressões do Planalto e do Congresso

Os ministros que dividem o Palácio do Planalto com Bolsonaro são os que mais pressionam por medidas emergenciais. A avaliação é de que o governo precisa de uma resposta para não perder apoiadores, diante de uma crise tão profunda.

Outra fonte de pressões é o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Além de defender o fechamento das fronteiras, ele é favorável à mudança da meta fiscal para que o governo gaste mais e ajude os brasileiros a enfrentar o coronavírus.

"Se ele (Bolsonaro) quiser utilizar os recursos, ele pode. Pode utilizar recursos do cartão corporativo, da Secom, aqueles que não estão vinculados à utilidade pública. Nesse momento, não estamos olhando recursos. Sabe por quê? Porque o volume de gastos, do meu ponto de vista, vai ser tão maior do que estão imaginando, até pelo que estamos vendo em outros países", disse Maia.

Veja mais economia de um jeito fácil de entender: @uoleconomia no Instagram.
Ouça os podcasts Mídia e Marketing, sobre propaganda e criação, e UOL Líderes, com CEOs de empresas.
Mais podcasts do UOL em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas.