Mesmo com mais dinheiro, bancos emprestarão menos que o previsto, aponta BC
Apesar de ter liberado mais recursos para os bancos poderem emprestar a empresas e famílias, por causa da crise do coronavírus, o Banco Central estima que os bancos emprestarão menos que o que havia sido previsto em dezembro de 2019, segundo estimativas divulgadas nesta quinta-feira (26).
A estimativa de crescimento do mercado de crédito em 2020 foi reduzida, de 8,1% para 4,8% —uma queda de 41%. Se o número se confirmar, o crescimento será menor que em 2019 (6,5%). Nas contas do BC, a estimativa de alta no crédito para as famílias foi reduzida de 12,2% para 7,8% (queda de 36%), e para empresas passou de 2,5% para 0,6% (queda de 76%).
"Em conjunto, a nova projeção de crescimento do estoque total de crédito em 2020 indica expansão inferior à ocorrida em 2019 e consideravelmente inferior à expectativa anterior divulgada no Relatório de Inflação publicado em dezembro, condizente com o cenário de atividade econômica mais desafiador em virtude dos impactos do coronavírus", declarou o BC.
Bancos com medo de calotes, dizem analistas
Analistas alertam que, com medo de calotes, os bancos tendem a reduzir a oferta de empréstimos, mesmo após o BC liberar R$ 1,2 trilhão para reforçar o caixa das instituições financeiras. Segundo eles, os bancos não devem conceder crédito enquanto não souberem a duração da pandemia e os efeitos na renda das famílias e no balanço das empresas.
"Os bancos estão bem cautelosos e não devem conceder crédito. Estão olhando para o retrovisor e avaliando o que já concederam de empréstimos aos clientes. Quando mais tempo durar (a pandemia de coronavírus), maior será o impacto para as empresas e para as famílias. Há uma preocupação com a alta na inadimplência", afirmou o analista de instituições financeiras Luis Miguel Santacreu, da Austin Rating.
Retração no crédito livre
Segundo o BC, o ajuste nas projeções de 2020 ocorreu nas operações de crédito com recursos livres. Esses empréstimos são realizados com o dinheiro dos próprios bancos e com os depósitos dos correntistas. Com isso, as instituições financeiras ficam mais cautelosas para evitar prejuízos.
"É importante notar que o ajuste nas projeções de 2020 concentrou-se majoritariamente nas operações de crédito financiadas com recursos livres, mais sensíveis ao ciclo econômico e que tiveram crescimento expressivo nos últimos anos", informou o BC.
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