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BC zera a estimativa para crescimento do PIB em 2020 por coronavírus

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

26/03/2020 08h13Atualizada em 26/03/2020 11h45

O Banco Central zerou hoje a expectativa de crescimento da economia para 2020. Em dezembro, a expectativa era de alta de 2,2% do PIB (Produto Interno Bruto). A mudança vem em linha com a divulgada, na semana passada, pelo Ministério da Economia, que reduziu suas projeções de alta de 2,1% para 0,02%.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação, publicado nesta quinta-feira (26), o BC também ponderou que, mesmo antes do surto da covid-19 derrubar os mercados e afetar a perspectiva de crescimento global, os mais recentes dados econômicos brasileiros frustraram as expectativas.

"Resultados abaixo do esperado em indicadores econômicos no final de 2019 e início de 2020 afetaram a expectativa de desempenho da atividade no primeiro trimestre", disse o BC.

Agora, o BC vê forte tombo do PIB no segundo trimestre, seguido de "retorno relevante" da atividade nos últimos dois trimestres do ano.

"A economia mundial, incluindo a brasileira, passa por momento de elevado grau de incerteza em decorrência da pandemia de coronavírus, que está provocando desaceleração significativa da atividade econômica, queda nos preços das commodities [matérias-primas] e aumento da volatilidade nos preços de ativos financeiros", informou o BC em seu Relatório Trimestral de Inflação.

Estimativas reduzidas

Veja algumas das projeções atualizadas pelo BC para 2020:

  • Indústria: de +2,9% para -0,5%
  • Serviços: de +1,7% para 0%
  • Investimentos: de +4,1% para -1,1%

As estimativas para a inflação também foram atualizadas. Para 2020, o BC reduziu a estimativa do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 3,5% para 3%. Para 2021, passou de 3,4% para 3,6%.

Em relação à política monetária, o BC disse que vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar, de 3,75% ao ano, mas que a maior variação de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos.

Menos crescimento de crédito em 2020

Na avaliação do BC, o mercado de crédito também será afetado e o ritmo de crescimento diminuirá quase à metade pelo coronavírus.

"A evolução recente do mercado de crédito e os impactos da pandemia de coronavírus sobre o mercado financeiro e o crescimento da economia, ainda que bastante incertos, ensejaram revisão da expansão do saldo de crédito em 2020, de 8,1% no Relatório de Inflação anterior para 4,8%", informou o BC.

Se o número se confirmar, representará uma desaceleração em relação a 2019, quando o total de empréstimos cresceu 6,5%.

Analistas alertam que, com medo de calotes, os bancos tendem a reduzir a oferta de empréstimos, mesmo após o BC liberar R$ 1,2 trilhão para reforçar o caixa das instituições financeiras. Segundo eles, os bancos não devem conceder crédito enquanto não souberem a duração da pandemia e os efeitos na renda.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que o texto informava, a projeção para inflação para 2021 subiu de 3,4% para 3,6%, e não caiu. A informação foi corrigida.