Fundador da Azul vende parte de suas ações na empresa em meio a crise aérea
A Azul informou hoje que seu acionista controlador, David Neeleman, vendeu parte de suas ações preferenciais (sem direito a voto e com prioridade na distribuição de dividendos) em meio à crise no setor aéreo causada pelo novo coronavírus.
Em comunicado, a companhia aérea afirmou que a participação de Neeleman —que também é o fundador da empresa— foi reduzida de 11.432.352 ações preferenciais, correspondentes a 3,34% dessa espécie de ações, para 2.116.004 ações no mês de março —uma baixa de 9.316.348 de papéis.
Não houve mudança em relação ao número de ações ordinárias (com direito a voto em assembleia) detidas por Neeleman, que mantém 622.406.638 de papéis desse tipo, segundo a Azul.
A decisão de vender as ações não partiu do fundador da empresa, diz o comunicado. A Azul informou que Neeleman havia feito um empréstimo pessoal em 2019 no valor de US$ 30 milhões (R$ 155,3 milhões na cotação de hoje) usando como garantia parte de suas ações da empresa.
Com receio de perder dinheiro por causa da queda no valor das ações da empresa devido à suspensão de voos durante a pandemia do coronavírus, os bancos que emprestaram ao empresário cobraram a dívida.
"O impacto da pandemia da covid-19 no mercado de ações, porém, ocasionou uma chamada de margem no empréstimo, e devido à velocidade do movimento e o fato de ele ter outros investimentos no setor sem liquidez como TAP e Breeze, não houve tempo para levantar a liquidez adequada. Assim, os bancos custodiantes executaram a garantia", diz o comunicado da empresa.
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