Empresas e governos terão que revisar valores após coronavírus, dizem CEOs
Os presidentes de empresas ouvidos hoje no UOL Debate apontaram que as companhias e os governos deverão ter novas condutas quando a pandemia do novo coronavírus acabar. Seis líderes de empresas gigantes do país nos setores automobilístico, de aviação, beleza, consumo, telefonia, e varejo discutiram os desafios que os negócios no Brasil enfrentam com a pandemia do coronavírus.
Para Pablo Di Si, CEO da Volkswagen do Brasil e América Latina, "antes de olhar o governo ou a empresa, precisamos trabalhar os valores de cada um". "Precisamos olhar as boas práticas de ciência e saúde. A Alemanha é um exemplo a seguir. Nós não tomaremos nenhuma decisão sem seguir recomendações e disciplina. Temos o dever de cuidar uns dos outros."
Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário, observa que não haveria uma "elaboração boa" entre as iniciativas de sociedade e governo. "Se conseguíssemos organizar melhor esses movimentos poderíamos ter melhores resultados", disse. "Falta uma organização, que venha de cima. Nós conseguiríamos ser mais efetivos [no combate] ao vírus."
Preferência à ciência
Diretor-presidente da TIM Brasil, Pietro Labriola lembra que "estamos à frente de uma situação muito complexa, que acho que temos que deixar trabalhar as pessoas que têm competência científica".
A ideia dele é que não nos deixemos nos envolver por paixões neste momento. "Não estamos decidindo se Neymar tem que jogar na seleção ou não", disse, em referência a escolhas que não necessariamente seguem critérios técnicos.
No caso da luta contra a pandemia, isso deveria acontecer. "Toda a ciência que hoje estudamos é baseada na história. No caso da Itália, que foi o primeiro país a enfrentar essa situação, foram tomadas decisões corretas e decisões erradas."
Legados da crise
Labriola também pontua que o maior aprendizado deste momento é a coragem par ser fazer inovação digital. "Vamos sair dessa crise com uma consciência diferente, com um balanço diferente entre trabalho e vida privada."
Sobre esse ponto, Juliana Azevedo, presidente da P&G Brasil, disse que "a coragem, a velocidade com qual a gente conseguiu fazer transformações digitais em 45 dias de crise, e a importância dos relacionamentos que se perpetuaram, já são vitórias". "Um vírus nos ensinou a nos reinventar rapidamente."
Um outro legado, segundo Azevedo, é a solidariedade. "Acho que ela vai permear a economia", comentou. Roberto Fulcherberguer, CEO da Via Varejo, concorda. "As companhias estão fazendo um papel muito mais ativo em relação à sociedade."
Para ele, todos sairão melhores do que entraram nessa crise. "A gente sai muito mais fortalecido."
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