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Venda da Embraer à Boeing vinha 'fazendo água' há algum tempo, diz Mourão

9.set.2019 - O vice-presidente Hamilton Mourão participa de evento empresarial em São Paulo - Leco Viana/TheNews2/Estadão Conteúdo
9.set.2019 - O vice-presidente Hamilton Mourão participa de evento empresarial em São Paulo Imagem: Leco Viana/TheNews2/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo*

29/04/2020 12h38Atualizada em 29/04/2020 12h48

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou que a venda de parte da Embraer para a Boeing já vinha "fazendo água" há algum tempo, dando sinais de que não iria se concretizar. No final de semana, a empresa norte-americana desistiu oficialmente do negócio.

"O acordo com a Boeing, na minha visão, já vinha fazendo água há algum tempo. Além da situação atual [aviões parados por causa da suspensão de voos], tem o problema ocorrido com a sua aeronave que seria o carro-chefe do momento, 737 MAX, com duas quedas de aeronaves e uma dificuldade em passar confiança para o mercado", declarou durante videoconferência promovida pelo banco Itaú na manhã de hoje.

O 737 MAX é o avião mais vendido da Boeing e está impedido de voar desde março de 2019, depois de duas quedas em um intervalo de cinco meses que mataram 346 pessoas. A Boeing suspendeu a produção do modelo em janeiro e tem 400 unidades do MAX em estoque.

Mourão minimizou o negócio frustrado dizendo que "há males que vêm para o bem", e afirmou que a fabricante de aviões brasileira tem agora "uma avenida aberta" para avançar em novos acordos comerciais.

"A Embraer tem de aproveitar o que que vai acontecer, principalmente no seu nicho de mercado que é a aviação regional", afirmou.

Uma possibilidade levantada pelo vice-presidente é o mercado chinês, onde, segundo ele, há muito espaço para expandir a aviação regional devido à grande população e extensão territorial do país.

"Acho que a essa altura, o acordo com a Boeing não precisa ser considerado algo como um recuo, mas uma oportunidade para um avanço", declarou Mourão.

(*Com informações da Reuters)