PIB cai 1,5% no 1º trimestre e 0,3% em um ano com impactos do coronavírus
Resumo da notícia
- Resultado interrompe sequência de quatro trimestres seguidos de crescimento
- Foi a maior queda trimestral desde o segundo trimestre de 2015
- PIB está em patamar semelhante ao do segundo trimestre de 2012.
- Em valores correntes, PIB totalizou R$ 1,803 trilhão
- Baixa no setor de serviços teve forte impacto no desempenho da economia
A economia brasileira encolheu no primeiro trimestre deste ano. O PIB (Produto Interno Bruto) do país caiu 1,5% na comparação com o último trimestre do ano anterior, afetado pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus e o distanciamento social.
O resultado interrompe uma sequência de quatro trimestres seguidos de crescimento e marca o menor resultado desde o segundo trimestre de 2015 (-2,1%). Com isso, o PIB está em patamar semelhante ao que se encontrava no segundo trimestre de 2012.
Em valores atuais, o PIB, que é soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a R$ 1,803 trilhão.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, o PIB teve variação negativa de 0,3%. No acumulado em 12 meses, terminados em março de 2020, o PIB registrou aumento de 0,9%, comparado aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Queda nos serviços puxou PIB para baixo
De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a retração da economia foi causada, principalmente, pelo recuo de 1,6% nos serviços, setor que representa 74% do PIB. A indústria também caiu (-1,4%), enquanto a agropecuária cresceu (0,6%).
Aconteceu no Brasil o mesmo que ocorreu em outros países afetados pela pandemia, que foi o recuo nos serviços direcionados às famílias devido ao fechamento dos estabelecimentos. Bens duráveis, veículos, vestuário, salões de beleza, academias, alojamentos e alimentação sofreram bastante com o isolamento social.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE
Consumo das famílias: maior queda desde 2001
Os efeitos da pandemia de coronavírus também contribuíram para uma queda de 2% no consumo das famílias. Segundo o IBGE, foi a maior queda desde o apagão elétrico de 2001.
"Foi o maior recuo desde a crise de energia elétrica em 2001", disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, acrescentando que o consumo das famílias pesa 65% do PIB.
O consumo do governo ficou praticamente estável (0,2%) no primeiro trimestre deste ano, mesmo patamar do último trimestre de 2019.
IBGE revisa dados de 2019
O IBGE revisou o resultado do PIB no terceiro e no quarto trimestre de 2019, que passaram a registrar crescimento de 0,5% e 0,4%, respectivamente, na comparação com os trimestres anteriores.
Anteriormente, o instituto havia informado crescimentos de 0,6% para o terceiro trimestre e de 0,5% para o quarto trimestre. Apesar das revisões, o PIB consolidado do ano passado não sofreu alteração e permaneceu em 1,1%.
Mercado prevê queda de 5,89% do PIB no ano
A crise do coronavírus afetou em cheio a previsão de economistas para o desempenho da economia brasileira em 2020. O último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central traz uma expectativa de queda de 5,89% do PIB neste ano.
A previsão do mercado é pior do que a estimativa do Ministério da Economia, que projeta uma perda de 4,7% na economia em 2020.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.