Bolsonaro diz já ter 'acertado' com Guedes mais duas parcelas do auxílio
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou hoje, durante sua live semanal, que já "acertou" com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o pagamento de mais duas parcelas do auxílio emergencial de R$ 600. Bolsonaro não revelou valores, mas adiantou que o benefício será menor do que o pago atualmente.
"Vai ter, também acertado com o Paulo Guedes, a quarta e a quinta parcela do auxílio emergencial. Vai ser menor do que os R$ 600", disse, justificando a redução com o alto custo da manutenção do benefício. "Cada vez que nós pagamos o auxílio emergencial, dá quase R$ 40 bilhões [por mês]. O Estado não aguenta isso aí, o contribuinte brasileiro não aguenta isso aí", completou.
Na última terça-feira (2), em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro já havia dito a apoiadores que estava "quase certa a quarta e quinta parcela, de valores um pouco menores". "Vamos esperar que até lá [a definição] os outros governadores entendam o que seja melhor para o seu estado", continuou, em nova crítica às medidas de isolamento social.
Transferência de recursos do Bolsa Família
Durante a live, Bolsonaro ainda voltou a atacar o jornal Folha de S.Paulo por conta de uma matéria que tratava da realocação, por parte do governo federal, de quase R$ 84 milhões em recursos do Bolsa Família para comunicação institucional da gestão, tarefa cumprida pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social).
"Vocês [Folha] têm que aprender a ter vergonha na cara, eles não vão aprender, né? Vocês querem derrubar o governo? Vocês querem a volta da baderna no Brasil. Olha a cobertura do Globo?! Então, tirei dinheiro do Bolsa Família para fazer anúncios... Vocês acham que eu anunciar nesse lixo de jornal?", disse o presidente.
Segundo o governo, o remanejamento do dinheiro tem relação com o auxílio emergencial. Quem recebe o Bolsa Família não pode acumular o benefício com o auxílio, devendo receber o que for de maior valor.
"Nenhum beneficiário do Programa Bolsa Família foi prejudicado no recebimento de seu benefício e, com a instituição do auxílio emergencial no âmbito do coronavírus, a maioria teve benefícios superiores", disse o Ministério da Economia em nota.
Segundo a Folha de S.Paulo, 433 mil famílias aptas a receber o benefício ainda aguardam na fila. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.
*Com Estadão Conteúdo
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