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'Nova CPMF' tem que ser 'baixa' para não afetar vendas com cartão, diz BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou sobre a "Nova CPMF" - Edu Andrade/Fatopress/Estadão Conteúdo
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou sobre a 'Nova CPMF' Imagem: Edu Andrade/Fatopress/Estadão Conteúdo

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

16/07/2020 15h23

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que o imposto sobre transações digitais em estudo pelo governo precisa ter uma alíquota baixa para não afetar as vendas com cartão e por outros meios de pagamento.

Conforme revelou o UOL, o governo quer desonerar as empresas, acabando com a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de salários. Em troca, o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer um imposto sobre transações digitais. Seria similar à extinta CPMF (o imposto do cheque), embora o ministro rejeite essa comparação. A alíquota seria de 0,2%, segundo o próprio Guedes, em entrevista à Jovem Pan.

Segundo ele, com os juros baixos, uma alíquota alta provocaria a desintermediação financeira. Nesse caso, as pessoas tenderiam a usar mais o dinheiro para evitar o pagamento de impostos. Com isso, as compras digitais diminuiriam, e as vendas com cartão também. A medida também poderia afetar o sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo BC.

"Nenhum banqueiro central do mundo que você conversa vai achar que um imposto sobre transação financeira é querido. Mas eu acho que no Brasil a gente tem que olhar o que temos a ganhar e perder. Tem que entender porque ele está sendo criado", disse.

Segundo Campos Neto, a ideia de Guedes de criar o imposto para acabar com a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de salários é relevante.

Ele deu como exemplo uma experiência que teve quando tentava criar uma plataforma para vender produtos para um banco. Um empregado no Brasil teria de receber um salário 35% menor do que em outras regiões da América Latina diante dos custos para manter um empregado.