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Fortuna de bilionários brasileiros cresce US$ 34 bi na pandemia, diz ONG

Do UOL, em São Paulo

27/07/2020 06h00

Mesmo em meio a uma das mais graves crises econômicas mundiais da história recente, os 42 bilionários brasileiros viram o conjunto de suas fortunas crescer US$ 34 bilhões nos meses da pandemia, de acordo com a ONG Oxfam com base em dados do ranking de bilionários da revista "Forbes". Segundo a entidade, o patrimônio líquido dos mais ricos subiu de US$ 123,1 bilhões em março para US$ 157,1 bilhões em julho deste ano.

A fortuna desses brasileiros seguiu a mesma tendência dos bilionários latino-americanos e do Caribe. Ao todo na região, 73 bilionários aumentaram suas fortunas em US$ 48,2 bilhões entre março e junho, segundo a Oxfam. "A riqueza dessa elite de supermilionários da região cresceu 17% desde meados de março: US$ 48,2 bilhões, que equivalem a 38% do total dos pacotes de estímulo que o conjunto de governos implementou e a nove vezes a intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) com empréstimos de urgência à região até o presente momento", afirma.

Os dados fazem parte do relatório "Quem Paga a Conta? - Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid-19 na América Latina e Caribe", lançado pela ONG nesta segunda-feira (27).

Oito novos bilionários

Desde o início das medidas de isolamento social, oito novos bilionários surgiram na região, ou seja, um novo bilionário a cada duas semanas, "enquanto se estima que até 52 milhões de pessoas se tornarão pobres e 40 milhões perderão seus empregos este ano", de acordo com o relatório.

"A covid-19 não é igual para todos. Enquanto a maioria da população se arrisca a ser contaminada para não perder emprego ou para comprar o alimento da sua família no dia seguinte, os bilionários não têm com o que se preocupar. Eles estão em outro mundo, o dos privilégios e das fortunas que seguem crescendo em meio à, talvez, maior crise econômica, social e de saúde do planeta no último século", diz Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.

Em seu relatório, a ONG cita o forte abalo nas Bolsas de diversos países com a pandemia, impactando os investimentos dos bilionários. Mas ela afirma que suas fortunas "são um antídoto que lhes permite contar com uma capacidade de reação para rapidamente recolocar seus investimentos em ativos mais seguros ou rentáveis, assim como aproveitar as oportunidades do mercado".

A Oxfam também apresentou um conjunto de propostas emergenciais fiscais para "distribuir melhor a conta da crise econômica", como a criação de impostos às grandes fortunas, sobre resultados extraordinários de grandes corporações e sobre as vendas de grandes plataformas digitais, como a Netflix, além da implementação de pacotes de resgates públicos a grandes empresas e redução de impostos para quem está em situação de pobreza.