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Brasil é penúltimo em ranking de competitividade há 10 anos, diz estudo

Marcelo Justo/Folhapress
Imagem: Marcelo Justo/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

29/07/2020 00h01

Há dez anos, o Brasil é o penúltimo em competitividade entre 18 países com economias parecidas, de acordo com o relatório "Competitividade Brasil 2019-2020" da CNI (Confederação Nacional da Indústria). De acordo com a última edição do estudo, lançada nesta quarta-feira (29), o país continua na parte de baixo da lista, apesar da melhora no ambiente de negócios no período, "com redução de burocracias e melhorias na legislação trabalhista".

O relatório compara o Brasil com: África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, Indonésia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia e Turquia.

Na classificação geral, o Brasil aparece em 17º lugar, na frente apenas da Argentina. Os países mais competitivos são: Coreia do Sul, Canadá e Austrália.

São nove fatores analisados: "Ambiente Macroeconômico", "Ambiente de Negócios", "Educação", "Estrutura Produtiva, Escala e Concorrência", "Financiamento", "Infraestrutura e Logística", "Tecnologia e Inovação", "Trabalho" e "Tributação".

Financiamento e impostos são "bola de ferro", diz CNI

A economia brasileira conseguiu uma classificação melhor nas categorias "Tecnologia e Inovação", "Trabalho" e "Estrutura Produtiva, Escala e Concorrência". "No entanto, 'Financiamento', em especial o custo do capital, e a 'Tributação' funcionam como uma bola de ferro que impedem o Brasil de subir à superfície, respirar e competir em pé de igualdade com outras economias", afirma nota da CNI.

O Brasil é o país com o pior desempenho no ranking do fator "Financiamento" entre os 18 países avaliados, apresentando a mais alta taxa de juros real de curto prazo (8,8%) e o maior spread da taxa de juros (32,2%) em 2018.

No fator "Tributação", o Brasil está em penúltimo lugar, à frente apenas da Argentina. Em 2017, a carga tributária no Brasil representou quase um terço do PIB (32,3%), menor apenas que a da Espanha (33,7%) e a da Polônia (33,9%), de acordo com a CNI.

"Ao longo dos últimos dez anos, que é o período do estudo, percebemos que a média geral do Brasil no ranking de competitividade cresceu. O Brasil registra, por exemplo, redução de burocracias pelo segundo ano seguido, mas os outros países também avançaram, com esforços contínuos para ampliar suas vantagens competitivas. Não estamos isolados no mundo e temos que enfrentar os nossos entraves. O importante é que sabemos quais são eles, a tributação e o spread bancário", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.