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Puxada por gasolina e conta de luz, inflação é a maior para julho em 4 anos

IPCA ficou em 0,36% em julho, influenciado por altas na gasolina e na conta de luz - Getty Images
IPCA ficou em 0,36% em julho, influenciado por altas na gasolina e na conta de luz Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

07/08/2020 09h04Atualizada em 07/08/2020 09h38

Puxada pela gasolina e pela conta de luz, a inflação oficial no país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), acelerou para 0,36% em julho. Esse é o maior resultado para um mês de julho desde 2016, quando o IPCA foi de 0,52%. Em junho, o indicador ficou em 0,26%

Em julho de 2019, a taxa havia ficado em 0,19%. O índice acumula alta de 0,46% no ano, enquanto o acumulado em 12 meses é de 2,31%.

Com isso, a inflação segue abaixo da meta do governo para este ano, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 2,5% e 5,5%.

Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Gasolina sobe 3,42% em julho

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, seis apresentaram alta em julho. O maior impacto vem dos Transportes, que tiveram alta de 0,78% e contribuiu com 0,15 ponto percentual para o IPCA.

A gasolina foi o item que colaborou com o maior impacto individual (0,16 p.p.) na inflação do mês passado, com alta de 3,42%. O óleo diesel (4,21%), o etanol (0,72%) e o gás veicular (0,56%) também subiram, levando o grupo dos combustíveis a um resultado de 3,12%.

Ainda no grupo, houve queda nos subitens transporte por aplicativo (-8,17%) e passagem aérea (-4,21%), ambos com impacto de -0,01 p.p. no índice do mês.

A gasolina continua revertendo o movimento que teve nos meses de abril e maio. Já havia subido em junho e voltou a subir em julho. Além disso, houve uma queda menos intensa das passagens aéreas em comparação com maio e junho.
Pedro Kislanov, gerente da pesquisa

Aumento na conta de luz pesa na inflação

O grupo Habitação teve alta de 0,8% nos preços e contribuiu com 0,13 p.p para o índice. Nele, a segunda maior contribuição individual para o IPCA do mês (0,11 p.p.) foi o item energia elétrica, que subiu 2,59%. Das 16 regiões pesquisadas, 13 apresentaram aumento, reflexo de reajustes tarifários em várias capitais.

Em São Paulo, onde houve um reajuste de 3,6% em uma das concessionárias, a alta no item foi de 4,49%. Já em Fortaleza, o aumento foi de 5,29%, devido a um reajuste de 3,2%.

Em Porto Alegre, cuja alta foi de 2,37%, houve reajuste de 5,23% em uma das concessionárias. Salvador, Recife e Belo Horizonte também tiveram aumento na tarifa de energia. Já Curitiba teve redução de 0,94%, e a taxa do item caiu 2,92%.

IBGE suspende coleta de dados presencial

Por causa da pandemia do novo coronavírus, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra.

A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.