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Dólar sobe 1,26%, a R$ 5,496, maior valor em quase 3 meses; Bolsa cai 1,73%

Do UOL, em São Paulo

17/08/2020 17h09

O dólar comercial emendou a segunda alta, de 1,26%, e terminou a sessão de hoje (17) cotado a R$ 5,496 na venda, maior valor desde 22 de maio (R$ 5,574). Na sexta-feira (14), a moeda norte-americana havia se valorizado 1,12%, negociado por R$ 5,427.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda de 1,73%, a 99.595,41 pontos, menor nível desde 13 de julho (98.697,06 pontos). Na sexta-feira (14), a Bolsa havia fechado a 101.353,453 pontos, com alta de 0,89%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Pacote de estímulo da China

Segundo Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do banco Ourinvest, um fator positivo para o real nesta segunda-feira foi a notícia de que o banco central da China forneceu mais empréstimos de médio prazo ao sistema financeiro.

"Pela madrugada, a China anunciou pacote de estímulo para os bancos, e isso seria bom para moedas emergentes", explicou. "O que contrabalanceia isso é a discussão do pacote de estímulo fiscal nos Estados Unidos, que já dura semanas e ainda não chegou a um acordo."

Com o Senado e a Câmara norte-americanos em recesso e sem nenhuma nova negociação programada com os representantes do presidente Donald Trump, as perspectivas de um acordo no Congresso dos Estados Unidos para ajudar os norte-americanos em dificuldades devido à pandemia de coronavírus perdiam força, e os parlamentares não devem se reunir novamente até o mês que vem.

Boatos sobre saída de Guedes

No Brasil, vários analistas citavam boatos sobre uma possível saída de Paulo Guedes do Ministério da Economia como responsável pela forte volatilidade apresentada pelo dólar na sessão.

Os rumores elevavam a tensão no mercado local, que já sofreu este ano devido a incertezas políticas, principalmente depois da saída de Sergio Moro —considerado um pilar do governo Bolsonaro— do cargo de ministro da Justiça.

Atuação do BC

O Banco Central também vendeu 12 mil contratos de swaps tradicionais nesta segunda-feira sendo 5.400 para vencer em março de 2021 e 6.600 com prazo para julho de 2021.

A decisão sobre a rolagem de contratos de swap cambial tradicional com vencimento em outubro foi anunciada na quarta-feira, após o BC retomar ofertas líquidas desses ativos pela primeira vez em cerca de três meses.

"Quando a gente vê o BC entrando é para prover liquidez nos mercados", comentou Fernanda Consorte, destacando que, "em cenário de crise, o Banco Central não consegue segurar toda essa situação, levando o dólar de R$ 5,40 para R$ 5, por exemplo, mas consegue controlar situações muito díspares."

*Com Reuters